Incentivos Governamentais ao Consumo. Até onde isso Beneficia a Atividade Varejista?

Nas últimas semanas, fomos bombardeados por “ótimas notícias” vindas de nossa capital federal. Como forma de incentivar o consumo interno, o governo decidiu por diminuir e até mesmo eliminar os impostos sobre vários produtos, além do já conhecido corte nos juros praticados pelos bancos estatais como forma de incentivar o crédito aos clientes “comuns”.

Tais iniciativas têm como principal objetivo aquecer o mercado consumidor interno e consequentemente manter e/ou aumentar o crescimento econômico nacional.  Aí é aquilo que já nos acostumamos a ver: reportagens e mais reportagens em telejornais regionais e nacionais mostrando vários consumidores ávidos em consumir e comprar todos aqueles “sonhos” que até então eram impossíveis e que agora com a “ajudinha” tornam-se possíveis…

O resultado da equação é simples: Crédito Fácil  + Redução de Impostos =  Crescimento da Economia  / Consumidores e Eleitores Felizes e Varejistas Felizes 

Varejistas Felizes? Será mesmo? Até onde os incentivos ao consumo são benéficos para as atividades varejistas?

Nos mesmos Telejornais em que consumidores aparecem sorrindo à toa, os vendedores também mostram toda a sua alegria. Claro! Preços melhores, condições de financiamento facilitadas = comissões garantidas! Isso é verdade… Mas e para os gestores estratégicos dos negócios? É só alegria também?

Creio que não… Migrando um pouco para a teoria econômica, desde Adam Smith, passando por Keynes e culminando no guru de Administração J.K Prahalad (este último conhecido pela sua célebre obra “A Riqueza na Base da Pirâmide”), sabemos que dadas as condições dos consumidores da base da pirâmide, o incentivo ao consumo tem uma consequência imediata: a inadimplência.

Palavra com 5 sílabas, inadimplência é basicamente tudo aquilo que um estrategista em varejo não quer ouvir. Quanto maior é a inadimplência pior é a vida dos varejistas que precisam fazer suas lojas e estoques girarem…

A inadimplência muitas vezes torna-se uma grande bola de neve, que ao invés de trazer os benefícios disposta na equação acima, pode fazer o resultado migrar para o lado negativo. (“O lado negro da força econômica”. Frase esta aqui homenagem ao dia do Orgulho Nerd, comemorado em 25/05).

Os índices de inadimplência já são maiores em 2012 do que em 2011, bem como o nível de endividamento do brasileiro também. No curto prazo alguns estrategista de varejo mais pessimistas, já podem rever suas previsões de investimentos de curto prazo, uma vez que muitos consumidores para pagar as prestações e dívidas, terão que inevitavelmente abrir mão de consumos futuros.

Logo, a euforia do curto prazo, pode se transformar nos problemas a serem resolvidos por profissionais de Marketing de Varejo no médio e longo prazo.

Cenas dos próximos capítulos.

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2 comments

  1. Ótimo texto, Clayton!
    Essas atitudes do governo vistas como “incentivadoras”, no fundo escondem alguns problemas, não é? E inadimplência é coisa muito séria.

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    • Clayton Alves Cunha

      É vdd Vanessa… Muitos pensam somente na próxima venda e esquecem-se da estratégia como um todo! Uma consequência disso são os recentes resultados de prejuízo apresentados pelos varejistas, onde grande parte dos problemas está exatamente na inadimplência.

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