Quem não quer ter sucesso em seu negócio, não é mesmo? E foi atrás de orientações, dicas e receitas para se dar bem em um setor bastante competitivo que veterinários, donos de pet shops, criadores, adestradores, passeadores com cães e até voluntários em instituições de proteção animal, de todo o Brasil, lotaram a Arena do Conhecimento, um espaço para palestras e discussões, na 14ª Pet South América. A maior feira do segmento pet da América Latina aconteceu em São Paulo, durante três dias, na última semana de outubro.
Foram mais de 20 mil visitações, segundo a organização, de um público composto por médicos veterinários, zootecnistas, empresários, dentre outros profissionais do setor pet. A feira é uma oportunidade de negócios imperdível, sobretudo, para aqueles que estão montando ou reestruturando seus estabelecimentos, em busca de formas de promover suas vendas e serviços.
As palestras na Arena do Conhecimento, um dos atrativos da feira, duravam no máximo 40 minutos. Os temas abordavam as diversas fases do negócio pet: dos números generosos de um mercado alheio à crise, a importância do comportamento animal e adestramento, a motivação da equipe, a conquista do cliente, técnicas e criatividade para aumentar as vendas e, claro, como criar um bom serviço pet. Curtas e rápidas, as apresentações foram muito diretas e eficazes, capazes de levar à reflexão durante a viagem de volta para a casa, planejando as mudanças no negócio, junto às equipes de funcionários. Essa era a expectativa de todos, a exemplo do representante de uma marca de ração e sócio em pet shop de Salvador-BA, José Antônio Ferreira Dias.
Se existe uma receita para se alcançar o sucesso no segmento pet, por exemplo, o principal ingrediente é se diferenciar do concorrente. A concorrência é acirrada. Em um mesmo bairro, em todo o País, é muito comum encontrarmos várias clínicas com serviços de pet shop, banho e tosa.
Diferencial – Para o veterinário, professor e consultor Sérgio Lobato, do Rio de Janeiro, esse diferencial começa na arrumação da casa. “Por que muitos veterinários ainda insistem em pintar suas clínicas de verde e branco? Vamos diferenciar”, questiona a plateia em tom de descontração, fazendo alusão às cores tradicionais na medicina veterinária. Mas, “arrumar a casa” vai muito além da cor da parede, passa pelo estoque, arquitetura, decoração e mobiliários estrategicamente posicionados e úteis, envolvimento da equipe, do funcionário da limpeza, recepção, vendedor, tosador, veterinários assistentes. “É inconcebível que o fornecedor tenha controle do estoque da clínica, do pet shop, emitindo notas sobre produtos que ele acredita que estão faltando ou que irão vender mais ou menos. É o veterinário, o empresário, dono do estabelecimento, que tem que decidir isso junto com a sua equipe”, ensina Lobato.
Lobato destacou que também ensina aos seus alunos que para começar a “arrumar a casa”, a sugestão é criar o que chama de Memorial Descritivo de Tarefas (MDT). O consultor destaca essa técnica como uma importante ferramenta dentro da empresa, capaz de reduzir os problemas operacionais e de relacionamento dentro da equipe de trabalho, bem como problemas estratégicos dentro do bom funcionamento do negócio.
Para Sérgio Lobato, faz parte desse processo de organização da casa a busca de capacitação técnica para executar o serviço a que se propõe, assim como ter instalações físicas apropriadas ao negócio, ter o capital necessário para investir na instalação e melhorias, ter conhecimento das exigências legais no estado em que vai atuar e ser capaz de servir outra pessoa, com empatia, colocando-se no lugar do outro. “Sim, não basta gostar de bicho, você tem que gostar de gente, porque quem vai te pagar é uma pessoa. Lembre-se disso”, ressaltou.
Promovendo o serviço – “Casa arrumada”, agora sim é planejar e investir na promoção de seu serviço ou produto. Não adianta pensar em promoção antes de se organizar, sob pena de não conseguir atender à demanda e cometer erros graves logo no atendimento ao cliente, antes mesmo de concretizar uma venda. As mídias sociais estão aí para isso, ele diz. “São estratégias de promoção para qualquer empresa pet. O cuidado que se deve ter é que a mídia social é a representação de sua empresa no universo virtual. Então, é preciso ter a mesma linguagem, formato, planejamento de comunicação”, ressalta.
É preciso ter uma atenção redobrada, orientou Lobato, pois o retorno da mídia social é muito rápido, tanto para o lado positivo quanto para o negativo. Então, ele observa que o mesmo cuidado em melhorar o ambiente físico deve ser estendido ao mundo virtual, a extensão de sua empresa. É preciso escolher a mídia mais adequada ao seu negócio, pensar no conteúdo a ser publicado, numa frequência contínua de posts, na interação com o seu público, no tempo de resposta ao seu cliente. Tudo isso sem se esquecer de aspectos legais exclusivos de seu negócio, da sua localidade onde sua empresa está e do conteúdo que é publicado em nome de sua marca.
Na contramão da crise, mas com pé no freio
Apesar da concorrência crescente, o consultor do Instituto Pet Brasil, Eduardo Marques, garante que o setor pet está indo na contramão da crise, embora, diante do atual cenário econômico brasileiro, esse crescimento tem sido mais modesto.
Mas nem é tão modesto assim quando descobrimos que de janeiro até setembro deste ano, o segmento já faturou mais de R$2,2 bilhões. Ano passado, ultrapassou a marca de R$20 bilhões. O setor de alimentação (pet food) é a principal alavanca do setor. Mas os serviços veterinários, que englobam consultas médico-veterinárias, dogwalker e adestramento, hoteizinhos já respondem por 40% desses resultados de faturamento. Segundo dados do Instituto Pet Brasil, até setembro deste ano, o segmento registrou 7,3 milhões de clientes que fizeram um volume de 29 milhões de transações e 40 milhões de itens comercializados.
Artigo produzido pelo aluna do MBA de Comunicação Digital e Mídias Sociais da Una por meio da parceria com o blog do projeto Implantando Marketing.
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