Zeitgeist um conceito em alemão, que transliteralmente quer dizer “espírito do tempo” e, conceitualmente, significa a tendência cultural dominante de uma época. O conceito original deriva do latim genius seculi, difundido pelo filósofo germânico Adolph Klotz.
O Google possui uma ferramenta-relatório que condensado os termos mais procurados num dado período/localidade, e denominou esta ferramenta, não em vão, de Google Zeitgeist. É vital para uma organização compreender o espírito do tempo para estar em consonância com os desejos e almejos coletivos, e, desta forma, propor ações com um grau de acertividade maior.
Há uma discussão sobre a capacidade das organizações em criar situações e oportunidades até então não vislumbradas pelos concorrentes – o famoso cenário ideal do Oceano Azul. Mas não é possível se criar um modelo de negócios sem que ele, de alguma, esteja assentado sobre o imaginário. As artes em geral, e em especial, o cinema, carrega em si a capacidade de criar o futuro potencial, muito antes dele se materializar. Entre tantos, podemos tomar como exemplo filmes do agente secreto 007 (início da saga 1962), onde muitas engenhocas, até então absurdas, tornaram realidade e cotidianamente massificadas, levando-nos a acreditar que sempre existiram e que não podemos vislumbrar nossa existência sem o intermédio delas.
A filosofia pode parecer distante do mundo corporativo, que visa resultados, resultados e mais resultados, numa iminência alucinante. Tempo é dinheiro, os prazos são extremamente apertados, porém, se fizermos o exercício aproximativo, podemos perceber que existem pontos possíveis para a contribuição. Na correria do cotidiano corporativo não há muito espaço para a filosofia, para a reflexão desinteressada – de onde viemos, onde estamos e para onde vamos – se somados à isso exercício de vontade de potência, do planejamento estratégico, pode-se obter vantages competitivas sobre os demais concorrentes – abandono de um modelo de negócios fadado ao iminente fracasso, ou adoção de um outro modelo em consonância com o espírito do tempo.
Enfim, estar sempre atento ao zeitgeist pode ser vantagem competitiva.
Alessandra Alkmim
Exceçente texto Luiz Paulo. Não conhecia o conceito Zeitgeist e confesso que me interessei bastante pelo assunto. Já dei início às minhas incansáveis andanças pelo Google em busca de mais informações sobre o tema. Quando você diz: “na correria do cotidiano corporativo não há muito espaço para a filosofia, para a reflexão desinteressada”, quero agir sempre ao contrário, quero ir a fundo, quero filosofar e refletir desinteressadamente! Parabéns e vou ter que divulgá-lo no meu facebook, posso?
Luis Paulo
Obrigado Alessandra. Claro que pode compartilhar, sinta-se à vontade. Estamos na era do share. O que escrevo no fundo, é apenas uma manifestação sintetizada em minha pessoa, não me pertence. Sobre as cobranças do mundo corporativo, é realmente difícil pararmos um momento para refletir, refletir por refletir apenas. Temos metas, obejtivos, atribuições. Tempo é dinheiro. Porém, existimos, enquanto espécie, antes do atual sistema produtor de mercadorias. Temos a primazia existencial, mas nos tornamos afugentados por nossa própria criação.
Fabio Passerini
Zeitgeist, literalmente “fantasma do tempo”, nos remete a situações que podem parecem convencionais hoje, mas que em algum momento foram surreais, como ter uma central de comunicação universal instantânea portátil sem fio no bolso de bilhões de pessoas ao mesmo tempo (celular). O que será que o Zeitgeist dos anos 2100 trarão de convencional e que hoje ainda nos surpreende?
Ótimo artigo, parabéns!
Luis Paulo
Realmente Fábio, difícil de imaginar. Estamos vivendo num momento social muito peculiar. A tecnologia se desenvolve à escala logarítmica. O Iphone, de inovador e revolucionário em sua primeira edição à potencial fóssil em menos de cinco anos. Compreender o cerne, o fio da meada é a questão. Há indícios do futuro calgando entre nós. Mas captar este movimento projetivo é uma hercúlea tarefa. O ideal é abrir as portas da percepção, porque apenas com a razão não seríamos capazes de vislumbrar o espírito do tempo!
Paulo d'Escragnolle
Sou professor da faculdade SENAI/CETIQT e gostaria de fazer alguma citações contidas neste artigo.
Poderia enviar um breve curriculo sobre sua formação, atuação etc.?
Desde já sou muito grato.
Paulo d’Escragnolle.
Luis Paulo
Boa noite Paulo,
Claro, pode citar à vontade. Sinto-me plenamente realizado por sentir minhas palavras ecoando. Brevemente, sou formado em Geografia pela FFLCH/USP. Tive passagens pelas áreas de planejamento ambiental estratégico (Secretaria de Estado do Meio Ambiente/SP e Fundação Instituto de Administração), geomarketing (Consultoria Geofusion) e atualmente trabalho como Analista de Inteligência Competitiva (Grupo Brasanitas). Sou um eterno curioso, sempre em busca de conexões pouco evidentes.
Qualquer coisa estou à disposição (e-mail – luispaulo.ff@gmail.com).
Forte abraço