Noite passada, a caravana de Natal da Coca-cola passou pela minha rua, toda iluminada, tocando o seu jingle de Natal. Corri para janela, como fazia quando era criança, peguei minha filha no colo e mostrei para ela, radiante de alegria.
Acho incrível esse efeito nostálgico que me transportou para minha infância naquele momento e como profissional de Marketing, tenho que tirar o chapéu para a empresa que sustenta a ação até hoje, emocionando adultos e crianças.
Pois é, o caso de amor da Coca-Cola e do Natal é antigo e foi um casamento perfeito. Em 1931, a Coca-Cola encomendou ao artista Habdon Sundblom uma remodelagem do Papai Noel que o tornasse “mais humano” e que instituísse o padrão da vestimenta nas cores da marca. O objetivo inicial da empresa era, obviamente, aumentar as vendas do refrigerante no inverno, estação vigente no pais de origem, mas o sucesso da campanha foi tão grande que a Coca-Cola passou a utilizar a figura do Papai Noel como um dos símbolos da marca.
Histórias sobre um senhor bondoso que distribuía presentes para crianças existem desde aproximadamente 300 anos A.C., mas foi a partir da padronização criada pela empresa para uma campanha publicitária, que a figura do Papai Noel foi difundida. Ou seja, é inegável a força da marca Coca-cola, já que foi a partir daí, que o público adotou o bom velhinho, com uma espessa barba branca e trajes vermelhos, como símbolo oficial do Natal.
Apesar de existir uma corrente que diga que o Natal perdeu suas origens e que se tornou uma época de consumo desenfreado, podemos dizer sobre a ótica do Marketing, que além dos objetivos comerciais, a publicidade também dissemina cultura. Hoje em dia, tirando algumas religiões, em praticamente todo o mundo se festeja o Natal com casas enfeitadas, árvores, troca de presentes e uma ceia que representa fartura.
Sim, o marketing incentiva o consumo, mas alimenta sonhos, emociona, estreita vínculos. Acredito que o Natal seja uma época de incentivo a um olhar mais solidário, as doações, ao olhar para o próximo e não apenas para os nossos desejos. Existe algo melhor do que presentear e ser presenteado?
Eu, particularmente, adoro este ritual de decorar o apartamento, rever familiares, presentear. Cansativo com certeza, dá até alívio quando passa, mas não tem nada melhor do que ver esse sorriso nas crianças, e entender que muitas vezes marketing é alimentar sonhos, trazer fantasia, um refresco para esse mundo cada vez menos colorido. Muitas vezes só esse olhar inocente pode avaliar.
Feliz Natal e um Ano Novo de muitas realizações!