A crise de sacola plástica em São Paulo acontece desde o último dia 25 de Janeiro, todos os Supermercados e Hipermercados do Estado de São Paulo cessaram a distribuição gratuita de sacolas plásticas para o transporte de mercadorias.

Agora, caso o cliente queira uma sacola para transportar os produtos adquiridos arcará com um custo adicional de até R$ 0,25 por sacola consumida.

Tal iniciativa é bancada pela APAS (Associação Paulista de Supermercados), bem como, pelo governo estadual que apóia firmemente, inclusive lavrando uma lei que proíbe a utilização de sacolas plásticas por varejistas em todo Estado (tal lei foi derrubada na justiça pelo Sindicato da Indústria do plástico, o que não abalou a iniciativa do governo,da APAS e dos Varejistas).

Em tempos de Responsabilidade Ambiental e incentivo à reciclagem e reutilização de materiais, podemos pensar que trata-se de uma iniciativa extremamente importante que vai totalmente de encontro com as perspectivassustentáveis que o mundo tem hoje.

Porém, do ponto de vista mercadológico temos uma pequena controvérsia para pensarmos…
A proibição da distribuição gratuita das sacolas gerará um corte de R$72 milhões mensais aos varejistas. Além disso, as sacolas agora poderão servir como fonte de receitas para os varejistas, uma vez que algumas agências de publicidade cogitam anunciar nas sacolas algumas marcas em troca da gratuidadede sua distribuição aos clientes dos estabelecimentos.

A pergunta que fica é: de alguma forma o corte de custos ou o ganho de receitas gerado pela proibição, serão repassados aos clientes dos varejistas?

Pergunto isso, pois no curto prazo tal iniciativa pode prejudicar a experiência dos clientes no varejo. Segundo a teoria, o Marketing de Experiência são as iniciativas que as empresas tem para agregar valor à experiência de compra de seus clientes e como conseqüência disso, geram satisfação e fidelidade por parte de seus clientes.

Um dos preceitos disso é levar conforto, comodidade e conveniência a seus clientes. Muitos clientes podem enxergar a não distribuição de sacolas plásticas como desconforto ou inconveniência por parte dos varejistas, se não enxergarem ganhos nos preços dos produtos comercializados.

Ou seja: estariam os varejistas correndo um risco muito grande de perderem seus clientes com tal iniciativa? Você como profissional de Marketing e Comunicação, pensaria em alguma ação para minimizar impacto na experiência de compra do cliente com a proibição da distribuição gratuita de sacolas plásticas?

Afinal, quando o assunto são os clientes, nós somos os especialistas…
Vamos interagir?
Até a próxima!

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O Implantando Marketing visa a união dos profissionais das áreas de Marketing e Comunicação Empresarial e busca formas de divulgação e crescimento dessas áreas através da Implantação de Departamentos de Marketing e Comunicação em pequenas e médias empresas. Para isso, compartilhamos experiências e conhecimentos necessários aos profissionais e empreendedores que querem se beneficiar dessa Implantação. Envie o seu currículo e escolha um dos núcleos do projeto.

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6 comments

  1. Priscila Falchi

    >Olá Clayton,
    Muito oportuno este post. Acho que agora é o momento certo para nós, profissionais de marketing e consumidores finais, levantarmos uma discussão sobre este assunto.
    Primeiramente, como consumidora final, a pergunta que faço para quem criou esta proibição é: A sacola paga pelo consumidor final é menos antiecológica do que a distribuída gratuitamente?
    Pergunto por que os sacos de lixo produzidos com plástico normal ainda serão vendidos normalmente. As pessoas provavelmente irão comprá-las para descartar o seu lixo.
    Porque não se pensa em criar uma forma da coleta de lixo ser seletiva?
    No prédio que eu moro, por exemplo, temos uma regra de fazer a coleta seletiva, porém os caminhões de lixo que recolhem o lixo não estão preparados para isso. Acaba tudo sendo descartado.
    Além disso, os sacos de lixo que tinham o preço embutido nos valores cobrados das mercadorias não foram repassados para o cliente final…
    Para o varejo isso pode impactar não só na insatisfação do cliente como também na diminuição do consumo.
    Como profissional de marketing concordo com a colocação do Clayton. Eu trabalharia em alternativa que minimize o problema.
    Primeiramente eu pensaria em fazer uma forte campanha para aumentar a consciência da população sobre a importância da reciclagem para o meio ambiente.
    Depois, as ecobags poderiam ser distribuídas gratuitamente. As propagandas nas sacolas pagariam o custo.
    Hoje estas sacolas são cobradas nos supermercados.
    Seria interessante aumentar a equipe de auxiliares para ajudarem os clientes, dentro das lojas, a encontrarem caixas de papelão para acondicionar as compras, ajudar a levar as compras até o carro…

  2. Priscila Stuani

    >Com certeza Clayton eu pensaria em ações para promover a imagem da sustentabildiade e consciencia ambiental!

    Lembram-se quando veio a lei para usar o cinto de segurança? Quando outdoors não podiam ser usados em São Paulo? Quando foi imposto o uso de cadeirinhas para crianças até determinada idade?

    Quantas pessoas reclamaram e depois acabaram concordando? Logicamente que tivemos que seguir essas "recomendações", afinal lei é lei, agora não entendo o porque de tanta polêmica quanto ao fato de não poder mais usar sacolas plásticas.

    Hoje mesmo eu fui ao Extra e levei minha bolsa que ganhei da Sabesp para levar minhas coisas que comprei. E se não tivesse essa sacola, compraria outra,a final R$ 1,99 deve ser muito mais barato que o impacto que a utilização das sacolas podem causar no meio-ambiente.
    E se fosse uma compra maior, usaria caixas, como vi outras pessoas fazendo.

    Isso é um fato novo, não existe resposta para tudo, pode ser que daqui um tempo arrumem outra estratégia, outra saída… Não posso afirmar se é certo ou errado essa proibição, mas na minha modesta opinião, vejo como uma atitude positiva.

    Quanto ao questionamento do Clayton se vai ser repassado para os lojistas e varejistas a receita pela proibição, sinceramente?
    Certas coisas não mudam, benefícios são para poucos.

    Foi bom esse seu post Clayton. Acho que tem muito mais coisa por trás dessa proibição.

    Como consumidora e cidadã aprovo, como profissional de Marketing tento visualisar outras alternativas para garantir receita.

    Abraço.

  3. Fernando

    >Caro pessoal da área de marketing, aqui é alguém da área técnica de gestão de resíduos, que faz pesquisas com todos estes materiais e que estuda e busca conhecimentos daqui e de fora a respeito do que é melhor tanto técnica, quanto econômica e ambiental e posso garantir que o que eles estão fazendo é um grande jogo de mercado, onde um grande fabricante em conjunto com a APAS em SP, a AMIS em MG e os grandes grupos supermercadistas, estão repassando seus custos aos consumidores com o beneplácito do poder público… em nome de que… de dois bodes expiatórios, um são as sacolinhas convencionais guindadas a "inimigas públicas nr. 1" do meio ambiente e o outro este "ente" frágil e submisso a voracidade da sociedade de consumo o "meio ambiente" que eles dizem vão tirar do sufoco com esta papagaiada.
    Somente sendo muito ingênuo (e parece que tem muitos eco-ingênuos por ai), ou estando tb. de má fé, para acreditar que em algum momento eles estiveram preocupados com o meio ambiente em toda esta "estória".
    Todas as alternativas que eles apregoam e vendem, começando com as sacolas de amido, as caixas de papelão, sacos de papel, origamis de jornal, sacolas de pano e as benditas ecobags, melhor dizer “eco-engôdos” vindas da Ásia, por centavos e vendidas aos “verdeotários” por 2 a até 10 reais ou mais, não são mais sustentáveis do que as sacolinhas de jeito nenhum, perdem e feio para as ditas cujas…

  4. Priscila Falchi

    >Fernando. Assino embaixo

  5. Priscila Stuani

    >Então tá né Fernando!
    Infelizmente sou vítima do senso comum.
    Se a área técnica fala está falado, e cabe ao pessoal do marketing tratar isso: polêmica ou não, é uma realidade.

  6. Talissa Zara

    >Bom dia!

    Concordo que essa nova prática de passar o custo das sacolas de plástico para o consumidor final é mais um jogo de mercado como Fernando disse.

    Mas, vamos à solução, será que existe alguma outra forma de nós profissionais de Marketing atingirmos esse objetivo de "alertar" os consumidores finais sobre esse jogo de mercado? Apenas a rede social é suficiente? A união de alguns profissionais da nossa área poderiam se juntar e fazer uma forte campanha contra isso, utilizarmos os nossos conhecimentos e partir para a execução e não apenas alguns poucos insastisfeitos das redes sociais falarem, sem força.

    Casos banais, ex. Luisa do Canadá, fizeram tanto sucesso que nós poderiamos criar alguma estratégia mais inteligente para esse assunto. Que tal? Unidos?

    Talissa Zara
    Analista de Marketing.