A economia do nosso país atravessa um momento difícil. Diariamente, temos notícias sobre demissões em massa nos mais diversos segmentos. Frente a esse cenário as empresas não têm outra saída senão otimizar sua estrutura, cortando custos para tentar melhorar as margens. O problema é que o consumidor está vivendo essa mesma realidade. Muitas vezes com medo de perder seu emprego, sua alternativa é exatamente cortar todo e qualquer custo que julgar desnecessário para tentar poupar ao máximo o seu salário. Mas como fica o mercado?
O mercado sofre, pois as empresas reduzem investimentos, as pessoas não compram e isso gera uma reação em cadeia na economia do país. E quanto mais pensarmos na crise e deixarmos de pensar em uma estratégia para vencê-la, pior será. Quando sentimos dor, não adianta ficar chorando e pensando em quanto dói. Temos que buscar um médico e tomar um remédio. O mesmo devemos fazer com a nossa estratégia profissional.
Nós, profissionais de marketing, sabemos muito bem a importância de analisar o macro ambiente para agir rápido quando necessário, pois continuar executando um plano que foi concebido sem considerar esses fatores é muito arriscado e, sem dúvidas, vai impactar a nossa credibilidade. Por isso, sugiro que se você ainda não o fez, pare agora e reúna as melhores cabeças de sua empresa, independente do setor, e discuta sobre como aumentar a percepção de valor dos seus clientes em relação ao produto ou serviço que você oferece.
Não fique esperando seus concorrentes se moverem. Dê o primeiro passo. É preciso mexer no produto? Se o investimento não for arriscado, faça isso. É preciso repensar a estratégia de preço? Cuidado! Tente não entrar em uma briga por preços. Agregar algo para gerar mais valor para o cliente pode ser uma estratégia menos arriscada. É preciso repensar a distribuição, praça, PDV? É preciso repensar a promoção? Vamos lá!
Não fique preso a amarras. Se você chegou a conclusão de que para melhorar suas vendas é preciso fazer algo, avalie diversas hipóteses, da mais simples a mais complexa e tente achar o caminho do meio. Esse não é o momento para arriscar todas as fichas em uma única cartada. Por isso, minha sugestão é que você teste aos poucos para validar suas ideias. Se uma pareceu dar certo, invista um pouco mais no mês seguinte. E não se esqueça de mensurar. A cada alteração, fique atento para medir como estão os indicadores-chave de desempenho antes, durante e após a ação. Tenha números em mãos e análises qualitativas o suficiente para que sua decisão seja baseada em fatos e não em intuição.
Ao fazer isso, o marketing estará se posicionando como uma área estratégica que gera resultados para a empresa e não somente um setor que faz coisas legais para promover um produto/serviço que às vezes dá certo mas não sabe bem explicar o porquê.
Izabela Reis
Oi Aline! Parabéns pelo artigo!
É isso ai! Mão na massa pessoal!
Abraços
Izabela
Aline Roque
Obrigada Izabela!
Tatiana Siqueira
Gostei do olhar sobre a crise e concordo, em parte, com quase tudo. Digo em parte porque para o varejo, investir em meio à crise pode realmente gerar oportunidades. Fazer diferente e criativamente sempre chamará a atenção do consumidor. Mas nos negócios B2B a crise freou os investimentos em marketing e endomarketing, principalmente. As empresas que crescem a partir da venda de produtos e serviços para outras empresas pararam de investir em relações internas. Como justificar o investimento no público interno, por exemplo, quando se está cortando custos e pessoas? Complicado né? Alguém com essa experiência?
Att.,
Tatiana Siqueira
Aline Roque
Tatiana,
Meu foco de atuação é justamente o mercado B2B e sei bem do que você está falando. Mas se simplesmente nos conformarmos, reduzindo investimentos e esperando, não teremos um negócio sustentável por muito tempo. Mesmo nos mercados focados B2B, é possível sim criar estratégias que nos permitam diferenciar, ou mesmo, enxergar uma outra janela de negócios e criar uma nova linha de produtos/serviços que agreguem alto valor a alguém de uma forma escalável. Falar parece fácil e fazer difícil, mas no mundo dos negócios não podemos “hibernar”, sendo assim, cabe a nós utilizarmos todos os nossos conhecimentos de inteligência de mercado para pensar em alternativas. Gosto muito daquela frase clichê que diz que na tempestade uns erguem muros e outros, controem moinhos. E na consequência, certamente será possível buscar formas criativas para promover a valorização do capital humano. O desafio é grande, mas fácil demais também não teria graça :)