Olá! Com a chegada do final do ano, as indústrias estão planejando seu marketing plan para 2014. E os investimentos em trade marketing serão, na minha opinião, maiores do que em relação a 2013.
Digo isto pois a oferta de vagas para profissionais de Trade Marketing fora do eixo Rio-São Paulo – está em alta. Um dos motivos está na pesquisa da revista Exame, que colocou a área de Trade Marketing como uma das 20 profissões do futuro. E o outro motivo – mais relevante – é que as indústrias sabem que o marketing está cada vez mais integrado ao departamento comercial e que se não houver sell out, não há sell in.
Como todos sabem, o mercado é dividido em varejo e atacado/distribuidor. O primeiro, tem como relação/atuação indústria – varejo – consumidor final. Já o atacado/distribuidor atua no relacionamento indústria – atacado/distribuidor – varejo – consumidor final. Veja a imagem abaixo:
O relacionamento entre indústria – varejo acontece pelo abastecimento das grandes e médias varejistas, onde cada um possui sua estratégia. No canal de distribuição, que representa na maioria das empresas 50% do faturamento da indústria, temos dois tipos de distribuição e um “anexo”.
Entende-se como atacado, a empresa que distribui, de modo regional, estadual ou interestadual, produtos e marcas de pequenas, médias e grandes indústrias. No atacado, nem sempre o atendimento é realizado pela indústria, mas sim por um atacado maior ou por um representante de vendas.
O distribuidor é a empresa que possui um contrato jurídico que a valida como distribuidor oficial de determinada marca em uma região específica – ou não – estipulada em contrato com a indústria. Por ser um distribuidor, a indústria possui um certo controle de sob o mesmo, com o intuito de promover a marca em locais aonde a indústria não consegue chegar.
Já o “anexo”, nomeado como cash & Carry / atacarejo, é a grande bola da vez – e será por muitos anos, visto que os grandes varejistas e os atacados perceberam a grande sacada na redução de custos com logística e ganhos no preço final do produto com este subcanal de vendas.
Fiz um estudo acadêmico sobre cash & Carry / Atacarejo e o disponibilizo em http://www.slideshare.net/heronxavier/estudo-de-mercado-cash-carry-e-atacarejo
Desafios do Trade Marketing nos Atacados e Distribuidores
A partir da definição mencionada acima e da experiência prática que possuo na área, entendo que o Trade Marketing, assim como qualquer profissão, terá grandes desafios em 2014.
O Distribuidor é a extensão da indústria e por isto, o planejamento e a execução dos calendários global e regional de ações de Trade Marketing é mais fácil de ser cumprido. O motivo? O alinhamento da estratégia com o distribuidor, que entende que a indústria está ali para ajudá-lo a ganhar dinheiro e não apenas a controlá-lo no que vende e a forma na qual vende. A indústria lhe concede bônus de sell in, bônus de sell out, investimento em campanhas de marketing e trade marketing, treinamentos às equipes de vendas, desenvolvimento destas equipes e grandes premiações, como viagens internacionais.
Já o Atacado merece uma atenção especial, por alguns motivos: a empresa, quando possui um departamento de Marketing, possui estratégias próprias, que na grande maioria das vezes não está alinhada às estratégias da indústria; quando não tem departamento de Marketing, disponibiliza todo valor negociado com o comprador em ações de preço, bagunçando o mercado; e por trabalhar com um grande mix de produtos e várias indústrias, que muitas vezes são representadas por um representante, o atacado exige demais mas não garante o sell out que indústria precisa para gerar novos investimentos e sell in.
E é aí que está o grande desafio e que vale a pena ser revisto pelos atacados: toda indústria disponibiliza uma demanda de marketing / trade marketing para o canal de vendas atacado e o mesmo deve ser investido em ações de marketing / trade marketing e não em preço; para este, já existe uma verba comercial e cabe ao comprador negociá-la com a indústria / representante.
E os “fornecedores”, como são chamadas as indústrias, possuem uma carteira de clientes atacadistas e todos brigam por estas verbas. Sai ganhando quem oferecer um marketing plan no mínimo sem blindagem e no máximo inovador e que mostre para a indústria que ela também tem o interesse em garantir uma parceria ganha – ganha e não apenas o ganhe – perde.
Este assunto é muito interessante e merece ser abordado em grupos de discussão. Cabe aos gestores de Marketing dos Atacados “olharem mais para fora” e perceberem que as indústrias estão atentas ao share e aos Atacados que não impõem regras para que suas metas sejam alcançadas.
Até!
Priscila Stuani
Olá Heron,
Depois dessa baita aula sobre Trade, fica difícil falar algo, hehe!
Que ótimo que o campo de TM tem melhorado fora do eixo-Rio SP,isso é um indício que o segmento está amadurecendo em relação aos investimentos necessários para promover marca e produto, certo?
Abraços
Priscila
Heron Xavier
Olá Priscila!
Obrigado pelo carinho! Está certíssima! As indústrias de vários portes estão começando a ver o trade com outros olhos….assim, os investimentos estão maiores que antes.
Grande abraço!
Fabrícia Figueiró
Excelente texto Heron!
Heron Xavier
Obrigado Fabrícia!
Um abraço.
Vanessa Alkmim
Parabéns, Heron!
Seus artigos são sempre aulas gratuitas sobre Trade Marketing e eu sempre aprendo muito!
Aqui em BH o número de vagas para profissionais de Trade Marketing é cada vez maior, uma rápida pesquisa pela Catho já pode confirmar o estudo da Exame.
Parabéns também por seu estudo acadêmico e pela contribuição na área.
Sucesso!
Abraços,
Vanessa Alkmim
Heron Xavier
Olá Vanessa!
Obrigado por seu comentário! Sim, estamos começando a aparecer para o Brasil rs!
Grande abraço.