Os anos 80 estão definitivamente de volta. São roupas, músicas e antigos produtos que retornam às prateleiras, sem nem parecer que um dia saíram. Tudo chega de volta igualzinho – resultado de uma estratégia que tem cara de viagem no tempo, mas que, na verdade, é puro Branding.
Porque não foi o fim da criatividade que trouxe as invenções do passado e, sim, o surgimento de novos poderosos tomadores de decisão: as crianças dos anos 80 – que hoje, são adultos, com poder de compra e… filhos!
Quem nasceu nessa época lembra, por exemplo, do “Meu Primeiro Gradiente”.
Recentemente, uma pesquisa revelou que as pessoas guardam até hoje fortes lembranças do produto, associadas a sentimentos positivos.
Isso é possível porque nossas recordações estão conectadas a emoções. De acordo com estudos de neuromarketing, nós podemos ser altamente estimulados por sentimentos nostálgicos – que nos provocam uma espécie de saudade do passado. São memórias que ficam arquivadas no cérebro através de aspectos sensoriais, que podem vir à tona, por exemplo, a partir da imagem, cor, som e até cheiro.
A Gradiente percebeu, então, que o brinquedo está na memória afetiva das pessoas. Esse é um valor inestimável ligado à tradição, cultura e época. Em outras palavras, trata-se de uma grande vantagem em cima dos mesmos concorrentes que derrubaram a empresa anos atrás.
Porque este tipo de valor, nova tecnologia nenhuma pode ter. Assim, surgiu a oportunidade de ouro, já que relacionar marca e mente é tudo o que uma estratégia de Branding mais quer! Trazer o “Meu Primeiro Gradiente” de volta.
O plano de relançamento levou em consideração alguns aspectos.
Quem se lembra da marca hoje? As ex-crianças, que têm filhos e adorariam vê-los com o mesmo brinquedo. Então, o conceito da campanha não poderia ser outro: “você sabe o quanto seu filho vai gostar”.
Esse é apenas um exemplo de uma tendência generalizada. Muitas marcas infantis dos anos 80 perceberam o valor que ainda têm na memória das pessoas e entenderam que é o momento ideal para relançar produtos e garantir o sucesso de vendas.
Afinal, quem não vai querer o Lollo, relançado pela Nestlé? Jogar o Genius, que a Estrela traz de volta? Ou lanchar Mirabel, que agora
vem pela Pepsico?
Douglas Vidal
Muito bom seu artigo Bruna, a estratégia do foco da comunicação nos pais baseado em suas experiências quando criança é cada vez mais presente no segmento de brinquedos, e até outros seguimentos, como alimentação, vide a volta do chocolate Lolo. Somos mesmo impactados pelo sentimento de nostalgia, só de pegar a embalagem do Lolo na mão era possível sentir uma série de sentimentos nostálgicos associados ao produto.
Um dos produtos que eu adoro acompanhar é a pasta dental Kolynos, mais de 10 anos longe do mercado ainda hoje segue firme na lista das pastas dentais mais lembradas na pesquisa Top of MInd da Folha. Hoje quando comento nas aulas, mesmo não sendo a geração que foi impactada pela propagada, todos conhecem a marca e muitos viram a campanha no Youtube.
Seja como for o sentimento de nostalgia associado a produtos é uma estratégia bem legal porque leva pras crianças produtos analógicos que hoje é uma novidade, no mar dos produtos hi-tec e remete a boas lembranças dos pais.
Parabéns pelo artigo, um grande abraço!
Bruna
Obrigada pelo comentário, Douglas!
E hoje em dia, com todas as ferramentas digitais que existem, o acesso aos produtos do passado é muito fácil – vide o exemplo da Kolynos que, mesmo sem estar efetivamente de volta, conta com as redes para continuar na memória das pessoas.
Muito bom! Um abraço!
Julia
Bruna, adorei o artigo. Uma ótima observação sobre as tendências do marketing e sobre como é importante um profissional da área ficar atento a essas tendências, além de estar sensível a perceber o que brilhará aos olhos do seu consumidor. Atualmente envolver os sentidos e ultrapassar o convencional tem sido a grande “sacada” das campanhas bem sucedidas.
Parabéns pelo texto!
Bruna
Ultrapassar o convencional. Falou tudo, Julia. Inclusive porque, às vezes, o “convencional” é uma barreira tão grande que é uma verdadeira ultrapassagem pensar “fora da caixinha”.
Obrigada pelo comentário! :)
Claudia Correia
Olá Bruna!
Seu artigo exprime exatamente um sentimento muito em voga atualmente: a nostalgia!
Qual não seria o melhor caminho para se chegar a novos e potenciais consumidores que recuperar as boas recordações de seus pais? Afinal não são os pais os melhores exemplos e incentivadores de produtos para os seus filhos?
Grande sacada!! Mais uma vez seu artigo foi uma leitura agradavél e envolvente.
Sigo na expectativa de novos artigos!!
Um grande beijo e muito sucesso!
Claudia
Bruna
Oi Claudia!
Realmente, os pais são fortes exemplos para os filhos e, por isso, tornam-se alvos de vendas. Como você disse, não há incentivador maior.
Obrigada pelo comentário!
Beijos!
Aline
O mais interessante é perceber que o público desses produtos “infantis” são os adultos, que foram crianças nos anos 80. Hoje, o que buscamos, é a possibilidade de fugir um pouco da alta tecnologia e ver nossos filhos brincando com outras crianças e não apenas com os personagens 3D.
A nostalgia de nossa época nas mãos das crianças do século XXI.
Quem não sente saudade da infância?
Ótimo texto! Parabéns!
Beijos!
Bruna
Obrigada!
Fora todo o MKT envolvido, a volta destes brinquedos é, mesmo, uma “fuga” da tecnologia e uma nova possibilidade para as crianças de hoje. Além de ser uma delícia ver o passado de volta… Quem não sente saudade da infância? :)
Beijos!
Carla Ferrari
É uma super sacação. Além do “revival” de emoções provocado no adulto, que se sentirá automaticamente atraído por este produto, o filho deste adulto vai adorar a idéia de brincar com o brinquedo que papai/mamãe brincou, comer o chocolate que papai/mamãe comia, e assim vai!
Bruna
Obrigada pelo comentário!
Realmente, parece um mecanismo de venda com poder sem fim. Fico imaginando o futuro disso… quando estarão de volta as super novas tecnologias como sendo produtos de um passado distante. O que será o presente?
Beijos!
Renato SANTOS
Olá Bruna!!!
Lembrei dos meus pais sempre me dizendo, “É incrível como vc gosta das musicas que eu ouvia na sua idade, nada foi lançado nos últimos anos?” Com aquele tom de posse, como se a musica pertence-se a eles ou a somente pessoas da idade deles. rsrsrs
Mas acredito que estes produtos voltam apenas para comprovar a sua forte expressão no momento de seus lançamentos e o quanto eles deixaram marcas positivas no mercado,
A Dec 80 foi um período que tivemos uma fortíssima afloração de criatividade. Marcado pelo surgimento não só “o Meu primeiro Gradiente” como também pelo famosíssimo “Chocolate Lollo”, entre muitos outros produtos que as pessoas clamam por sua volta.
http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/impar/2012/09/19/interna_impar,123129/campanhas-para-volta-de-produtos-da-decada-de-80-vira-hit-na-web.shtml
Se depender de mim estes produtos oriundos da Dec de 80 terão lugar garantido nas minhas compras, inicialmente porque eu não tenha tido contato com eles e também por saber da expressão que alcançaram no auge de sua comercialização.
Bruna,
Parabéns por tocar nesse tema, estávamos necessitando que este assunto fosse verbalizado, sabemos e conhecemos este movimento, mas não encontramos tantas fontes que evidenciam este aspecto do consumo.
OBS.: Gosto muito do olhar “retrô” dos produtos, em especial as roupas. (Sacada de gênio lançar camisas de futebol de ídolos do passado)
Bruna
Oi Renato!
Obrigada pelo seu comentário e sua contribuição!
O processo acontece há tempos, mesmo. Nós já consumimos os produtos dos nossos pais e agora, incentivamos o consumo de produtos antigos por novos públicos.
No fim das contas, a frase da Elis não perde o sentido… “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. :)
Abraços!
Priscila Stuani
Olá Bruna.
O Facebook é um ótimo exemplo da nostalgia que agrada o público. Desde refrigerante a videogame… Todos que veem as imagens ficam com saudades e se perguntam: “porque não tem mais?” ou “Porque não volta?”…
Eu tinha um desses e amava, aliás, quem não gosta?
Nessa hora é que tenho certeza de que o neuromarketing é uma ótima ferramenta de apoio para criação de estratégias, busca no entendimento dos vários porques: porque sim, porque não, mas porque? e porque?
Lindo exemplo, ficou muito claro.
Abraço!
Priscila Stuani
Bruna
Oi Priscila!
Você tem razão… Hoje as marcas podem até saber o que as pessoas querem de volta através destas manifestações do Facebook e outras redes.
Outro dia eu vi um post que dizia assim “vocês trouxeram o Lollo de volta. Agora queremos este aqui” – e uma foto do chocolate ‘Surpresa’, que saiu do mercado. Será que ele volta também? :)
Obrigada!
Um abraço.
Arthur de Castro Araujo
Muito bom Bruna!!
Até os smartphones estão entrando nessa onda. Além do tamanho (que está novamente aumentando), existem vários acessórios remetendo a telefones antigos, fitas cassetes e etc.
Parabéns pelo artigo ;)
Bruna
Oi Arthur, obrigada!
Vale tudo para trazer o ar do passado de volta, né?
E é engraçado que os smartphones, que são super modernos e tecnológicos, ficam ainda mais ‘cool’ quando usam uma capinha de fita cassete, que não tem nada de moderno ou tecnológico. rs
Abraços.
Rafael Pinheiro
Adorei o tema, em primeiro lugar, Bruna!
Os anos 80 foram os anos mais tresloucados, onde o politicamente correto era muito careta!
Quem foi criança nesta época, realmente vivenciou coisas únicas e nada melhor do que poder revivê-los, agora adultos, e poder proporcionar isso aos seus filhos.
Este é o grande filão do momento, com antigas marcas voltando e uma estratégia de “reviva os melhores anos da sua vida”. Muito bom !!!
Bruna
Oi Rafael!
E ao reviver “os melhores anos da sua vida”, compramos tudo de novo, criando novas velhas experiências! Muito bom mesmo!
Abraços!
janaina
É importante lembrar que muitas das crianças dos anos 80 hoje são pais e pelo sentimento de nostalgia, podem vir a comprar produtos infantis para os seus filhos. Boa sacada.
Bruna Rebello
Oi Janaína,
Com certeza! Quem usa os brinquedos é a criança. Mas não podemos esquecer quem compra… ;)
Obrigada pelo comentário!
Abraços!
Alessandra Alkmim Costa
Bruna que post bacana! Me deu uma nostalgia profunda dos bons tempos q vivi na década de 80. Tenho até hj minha coleção de papel de carta, de boneca de papel e das bonecas moranguinho! Tenho o genius e mais de 30 jogos comp War, Imagem e Ação, Detetive, Banco Imobiliário e etc vivi intensamente essa geração e só tenho lembranças boas das propagandas de tv como a do meu primeiro sutiã, balas de leite kids, pirulito zorro, bala banda, flumelo e um monte coisas que me fizeram muito feliz! Eu gostaria que meus filhos (quando tiver!) possam curtir esses brinquedos. Adorei! Tenho orgulho de ser da geração 80! Vou compartilhar no face ok? Bjs