Convivo com a criatividade há muitos anos. Em tudo que fiz, ela sempre esteve lá. Descobri que fazer algo diferente do comum era mais emocionante, porém mais arriscado. Mas o risco não me assustava tanto assim. Hoje os riscos são vistos como oportunidade de fazer algo surpreendente. Desaprender, desconstruir, desfazer-se do velho e inventar o novo possibilita novas respostas e soluções mais criativas.
A pessoa criativa vai longe, voa nas alturas, assume riscos, reconhece os erros, não tem medo de mudar e é totalmente adaptável às novas situações. Com tanta ousadia assim, ela permite ser sensível. E é essa sensibilidade que a faz ver além das aparências. Ela deixa a intuição falar mais alto e isso a leva para horizontes até então inacessíveis. As ideias estão lá e é hora de colocá-las em prática. É aí que entra a inovação. Para que o ato criativo seja de fato inovador, ele pode e deve ser planejado, controlado e mensurado.
Cada vez mais a criatividade atrai a atenção de profissionais dos mais diversos setores. O fascínio em criar e inovar desperta o interesse na mente de cada um. E isso vem crescendo a cada dia, seja como nova matéria curricular nas instituições de ensino, seja como um novo departamento nas empresas, estimulando estudantes e equipes a seguirem essa nova tendência. Numa pesquisa da IBM aplicada a 1.500 CEOs mundiais, a criatividade foi identificada como a competência número um para a liderança no futuro.
Eu coloco meu cérebro em atividade para produzir ideias e realizo os insights com toda a expressão da minha criatividade em ação. Isso é ter atitude criativa!
Sair da inércia, do caos absoluto é o ponto crucial da criatividade. Isso requer que você aja! Criar é o ato de trazer algo à existência. Não é apenas um ato divino. É o ato de fazer acontecer, aqui e agora.
Definindo essa tal Criatividade…
É o processo mental de produzir ideias novas em um novo mundo que se descortina, onde o pensar, o sentir e o agir tornam-se protagonistas da mais alta expressão criativa do ser humano.
O trabalho dinâmico e multidisciplinar dentro e fora de uma organização flui melhor quando se tem um objetivo coletivo em comum, já que inspira e agrega pessoas às suas ideias e projetos. É hora de pensar “fora da caixa”, de romper padrões e paradigmas que já não servem mais, de ver o novo e de construir junto. Estamos na Era da Economia Colaborativa!
Sim, nós nascemos criativos…
Eu nasci criativa. Isso é fato. E você também. A questão é que ao longo da nossa jornada de vida, nossa criatividade vai perdendo sua força, seu brilho. E a gente começa a ouvir aquilo que nunca deveria ter escutado na vida: “isso não vai dar certo”, “desiste que já tentei isso antes”, “você não vai conseguir”, “você não é capaz”, blá, blá, blá. O problema é que nos alimentamos dessa negatividade desnecessária e que pertence ao outro! Mas permitimos acessá-la. E então…quando nos tornamos adultos, nossa criatividade ficou tão reduzida, que automaticamente repetimos o que escutamos lá atrás: “eu não consigo fazer isso”. Como assim?
A verdade é que perdemos nossa confiança criativa. Os irmãos Tom e David Kelly, fundadores da IDEO e d.School em Stanford, e autores do meu livro de cabeceira “Confiança Criativa”, nos contam que todos temos uma infinidade de ideias e insights para oferecer e que a criatividade é uma abordagem proativa na busca por soluções. Eles nos estimulam a “beber” da nascente da criatividade e da imaginação ao lidar com os problemas. Para os irmão Kelley, “a criatividade e a capacidade de inovação são como os músculos – quanto mais você usa, mais fortes ficam”.
Já dizia o meu guru e grande educador Sir Ken Robinson, um dos maiores especialistas internacionais em desenvolvimento da criatividade, que deixamos de ser criativos ao crescer: “As crianças arriscam, improvisam, não têm medo de errar. Não que errar seja sinal de criatividade, mas está claro que não se pode inovar se não se está disposto a errar, e nós adultos penalizamos o erro, o estigmatizamos na escola e na educação; e é dessa forma que as crianças se afastam de sua capacidade criadora”.
A verdade é que crescemos formatados e cheios de medos, anseios, traumas e bloqueios. E quando atingimos o auge dos nossos 25 anos, nosso potencial criativo atinge apenas 2% da sua capacidade total. (Fonte: Pesquisa Inovaqui). Eu fui uma vítima desse sistema. Mas eu sobrevivi.
Viver a vida de forma criativa significa trazer os nossos talentos criativos singulares para todas as áreas da nossa vida.
Em uma matéria no site da revista Forbes sobre “A Criatividade Libertadora”, John Cleese, membro do Monty Python, disse: “A criatividade não tem de ser ensinada, tem de ser libertada”.
Expressamos nossa criatividade todos os dias, desde a hora em que acordamos até a hora em que adormecemos. Alguns a expressam de maneira mais intensa (como eu!), outros bem menos; e tem aqueles que não a utilizam para absolutamente nada. Mas a criatividade está conosco todo o tempo, esperando apenas ser acessada para então impulsionar as nossas ideias.
A criatividade não é um elemento adicional, algo extra para o qual é necessário encontrar-se tempo na vida atribulada. A criatividade é, na verdade, uma maneira de realizar o que já fazemos de uma forma melhor, mais rica, diferente, emocionante e mais produtiva.
Imperceptivelmente a criatividade está incorporada à nossa vida, como algo que precisa ser acessado e não sufocado como muitos de nós fazemos. Ela não é um objeto de decoração que fica ali na estante esperando que você interaja com ela. Definitivamente não. Sendo assim, quando você acessa o pensamento criativo ele passa a produzir um raciocínio eficaz, permitindo-nos ter uma vida gratificante, intensa, vibrante e bem sucedida.
Agora me sinto mais forte do que nunca porque eu exercito meus músculos criativos diariamente. Por mais que eu reclame do meu cansaço mental, confesso que toda essa tal criatividade me fascina. E depois de tantos anos sufocando-a em frustrações, medos e inseguranças, eu tive a coragem de resgatar lá do fundo da minha alma a confiança criativa que estava ali, adormecida fazia muito tempo…