Você já deve ter reparado que ultimamente a palavra ‘hack’ tem se popularizado no meio do marketing. Diariamente, vemos alguma publicação ou recebemos algum e-mail com ‘10 hacks para aumentar seus seguidores’, ‘5 hacks para melhorar sua taxa de abertura de e-mails’ e por aí vai. Talvez, você esteja se perguntando que “modinha” é essa. Espero que esse post ajude a tirar suas dúvidas mostrando que growth hacking é muito mais do que uma modinha. Trata-se de uma mudança de mindset que veio para ficar!
Eu já havia falado sobre metodologias ágeis e o marketing no passado, porque realmente vejo que cada vez mais profissionais de tecnologia e de outras áreas estão tomando a frente das decisões de marketing, por causa da sua forma de pensar e agir. O growth hacking evidencia muito isso! Precisamos abrir mão de nossas convicções, estando dispostos a reaprender as coisas a partir de uma nova mentalidade, cientes de que antigas soluções não resolvem novos problemas.
Growth Hacking é, basicamente, uma forma de acelerar o crescimento de um negócio utilizando recursos de tecnologia, descobrindo “atalhos” a partir da validação de hipóteses. Na prática, a metodologia busca unir conhecimentos de psicologia do consumidor, tecnologia (com o uso de múltiplas ferramentas digitais) e processos científicos para gerar resultados quase imediatos.
Diferente do modelo tradicional do marketing,o growth hacker é alguém que parte do princípio de que sempre há uma forma melhor e mais eficiente de se resolver os problemas, trabalhando em um assunto por vez. Além disso, quando uma estratégia começa a funcionar, ele já inicia a busca por uma nova forma, pois sabe que logo será copiado ou seu público-alvo irá cansar da estratégia antiga. Tudo isso em um curto espaço de tempo.
O growth hacking possui um ciclo, que contempla diversas etapas, visando atender as diferentes fases de um funil de marketing, para realizar a aquisição, ativação, retenção e faturamento a partir dos clientes.
Vamos ver resumidamente cada uma das etapas desse ciclo:
Brainstorming:
O processo inicia com um brainstorming, no qual se levantará o maior número possível de ideias, que poderão virar experimentos (ou como dizem os cientistas, uma hipótese a ser validada). Durante essa etapa será desenvolvida uma lista com as ideias, lembrando que essa fase é muito mais eficiente se pudermos contar com a participação de pessoas de outras áreas, como programadores, UX designers, dentre outros. Após estabelecida a lista, será realizada uma análise de prioridades para eleger quais ideias irão ser testadas.
Para tanto, deve ser fazer uma conta que avalia qual o impacto gerado por essa ideia, caso dê certo e qual o esforço/custo para a sua implementação.
Elegendo experimentos:
As ideias selecionadas como prioridade deverão ser conduzidas para uma lista de experimentos. Aqui, assim como um cientista, o profissional deverá deixar bem claro qual o objetivo do experimento, qual a sua hipótese e qual o teste mínimo que será aplicado, para depois poder assinalar se o teste deu resultado ou não.
Executando testes:
Talvez essa seja a etapa em que o growth hacking mais se distancia do marketing tradicional. Pois em nossa formação enquanto profissionais de marketing, recebemos uma enxurrada de teorias e aprendemos que falhar é algo terrível e desastroso! Elaboramos um plano de marketing de um ano e muitas vezes, só vamos poder dizer se deu certo ou não, após a conclusão do período planejado. Muitas vezes, nos comparamos aos médicos, que fazem um diagnóstico e receitam um tratamento completo, só avaliando outras alternativas se o tratamento foi executado à risca mas não gerou resultados.
Em vez disso, o growth hacker não tem medo de falhar e tampouco tem certezas absolutas. Ele parte do princípio de que as hipóteses podem ser verdadeiras ou não, e ao testar em pequena escala, é possível validar o experimento em curto prazo e com baixo investimento. Pode soar doloroso aos ouvidos dos profissionais de marketing mais ortodoxos mas a verdade é que o processo, em muito, funciona a partir de tentativa e erro.
Analisando dados (e aprendendo com eles):
Se cada ideia pode virar um experimento a ser testado, obviamente a análise é uma etapa fundamental desse processo. É olhando os dados que você irá ver se os objetivos foram atingidos, superados ou não atingidos. Se os objetivos forem atingidos ou superados, você pode começar a escalar o experimento para ver até quando ele se mostrará verdadeiro. Escalar, nesse contexto, indica investir mais, seja dinheiro ou esforço.
Growth hacking na prática:
Se você pesquisar por growth hacking no Google, certamente irá encontrar muitos exemplos a partir de negócios de internet. Um popup que abre quando você está prestes a sair de uma página, o conteúdo escrito de uma forma que quase obriga você a continuar lendo, a cor de um botão que é tão atrativa que você clica quase sem perceber, um formulário tão amigável que você preenche instintivamente… tudo isso, geralmente, é resultado de experimentos de growth hacking que se mostraram verdadeiros. As práticas incluem técnicas de inbound marketing, marketing de conteúdo, e-mail marketing, SEO, CRO e muitas outras!
Mas em negócios tradicionais, isso se aplicaria?
Não tenha dúvidas! Eu mesma estou trabalhando em um caso de uso de growth hacking para o comércio tradicional e os resultados estão sendo muito satisfatórios. Mas isso é assunto para uma nova publicação.