Um novo papa teve que ser eleito, o Vaticano virou alvo da mídia, a fumaça branca foi esperada por milhões à frente da Capela Cistina, o mundo se mobiliza.
Os antigos valores da Igreja Católica e a fé dos fiéis são, com certeza, um dos pilares para esta comoção toda. Mas não é o único.
O fato é que se trata de uma das marcas mais antigas do mundo, com um milenar relacionamento com o público. Basta observar: as praças ao redor do Vaticano vivem lotadas de pessoas, estimuladas pela curiosidade sobre o que há por trás dos muros do país proibido. Para completar, o estratégico Museu do Vaticano, posicionado logo ao lado, é um convite para uma experiência única que, desde 1973, oferece, além das obras, vistas privilegiadas ao então do local sagrado e, por isso, atrai multidões.
Porque a estratégia da Igreja é mais ou menos esta: levar pessoas para onde ela está e estar onde pessoas estão. Se agora todos estão presentes em redes sociais, a marca seguiu o mesmo movimento e em 2011, fundou o Escritório de Mídia Social do Vaticano. Um departamento focado nas relações da Igreja com o Facebook, Youtube e Twitter.
Mas a Igreja não está nas redes para vender. Então, que diabos (com o perdão da palavra) estão fazendo lá?
A resposta é simples, mas muita gente ainda não entendeu. Estar nas redes não é mais uma escolha. A pergunta não “é entrar ou não entrar”, mas sim “como entrar”, para agregar valor à marca, construir comunidades, aumentar a rede de stakeholders e compartilhar ideias – algo bem parecido com o que as empresas B2B fazem (ou deveriam).
A presença digital é capaz de tornar as buscas uma grande ferramenta, influenciar etapas da tomada de decisão e criar vínculos com a confiança do público – afinal, que outro canal seria mais garantido do que o The Vatican Communication, no Twitter? Ou as postagens do próprio Papa no Facebook?
Eles estão fazendo bonito. As várias redes do Vaticano estão afiadas em enviar e receber as mensagens certas, cuidando das novas expectativas do ambiente online, adaptando a linguagem a fim de criar identidade, divulgando vídeos exclusivos ao vivo pelo Youtube e, pasmem, criando páginas no Facebook até para os papas que já se foram.
É claro que, como toda estratégia bem sucedida, as ações não estão limitadas às redes sociais. O Vaticano segue buscando um reposicionamento da marca, seja por conta do número de seguidores e concorrentes ou pelas mudanças que ocorrem com a comunicação no mundo. O fato é que eles têm logotipo, conteúdo e geram interesse. E até o garoto-propaganda foi trocado, se considerarmos o papa novo um dos itens da estratégia.
Afinal, ele é um sugestivo influenciador que pode contribuir diariamente com a mensagemchave da Igreja através de simplicidade, carisma e empatia: habemus marca
Aline
Textos sempre muito atuais, com excelentes ideias e uma escrita contagiante!
Parabéns!
Beijos, Aline.
Carla Ferrari
Excelente! Tema global, atual, além de um convite à reflexão. Afinal, quem vive sem marketing hoje em dia?
Bruno
Excelente artigo Bruna! Parabéns pela abordagem criativa neste tema.
Renato SANTOS
É quem diria, os mais conservadores se rendendo as redes sociais, como diz uns e outros #sinaldostempos .
Tema super atual. Parabéns Bruna!
Bruna
Obrigada! O que não é feito para conquistar pessoas, não é? Será que há 100 anos, essa estratégia sairia ilesa da própria Igreja? Fica a reflexão…