Olhar para passado nos estimula à projetar o futuro. “Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável” – Sêneca. Proponho um exercício utilizando como ponto de referência o Império Bizantino. Império este que durou mais de mil anos, e que nos é completamente ignorado. Herdeiro medieval da Grécia e Roma antigas, nasceu provavelmente no início do século IV, com a fundação da nova capital cristã, Constantinopla, sobre as bases da antiga cidade grega de Bizâncio. Sucumbe em 1453, quando os turcos capturam a cidade, depois de um cerco estratégico.
Farei um esforço para apresentar, mesmo que vulgarmente a tese defendida pelo professor Colin Wells, em seu livro “De Bizâncio para o Mundo – A saga de um Império Milenar”. Bizâncio influenciou diretamente três grandes matrizes civilizacionais, a cristã ocidental europeia, a ortodoxa eslava e a árabe – foi a ponte entre o mundo antigo e o moderno.
O renascimento italiano foi um projeto de sábios e intelectuais humanistas bizantinos que se opunham aos religiosos do Monte Athos (Controvérsia Hesicasta – oposição razão x religião – dilema ainda vivo em nossos dias).
Disputas internas pelo poder, aliadas à invasores externos proclamaram o fim de Bizâncio – fato que não difere em muito de organizações contemporâneas. Bizâncio era o grande centro produtor e distribuidor de manufaturas para a franja merditerrânea. A conquista turca alterou drasticamente o pêndulo do poder. Os turcos contavam com uma tecnologia, da qual as muralhas de Constatinopla não estavam preparadas, canhões.
Vislumbrando o fim iminente, os intelectuais bizantinos deixaram o império portando o que haviam de mais valioso, livros e pergaminhos com as obras dos gregos antigos. O principal destino deste êxodo foram os reinos e principados italianos. Bizâncio renasceu em terras europeias, na fusão do Ocidente Latino com o Oriente Grego, que criou o ambiente ideal para o debate e a circulação de ideias e mercadorias – “os esforços combinados de humanistas bizantinos e italianos haviam atingido o objetivo compartilhado por vários deles, ou seja, o de perpetuar a literatura/filosofia da Grécia antiga. […] Os humanistas bizantinos haviam não apenas preservado o passado como também mostrado aos seus alunos ocidentais como abordá-lo e compreendê-lo”. p. 125.
O efervescente ambiente cultural recriado pelas ideias gregas antigas estimulou o desenvolvimento da reflexão e do florescimento do mundo moderno. Dentre as mais importantes, que modificaram substancialmente nossa consciência de ser/estar no mundo, foi sem dúvida, a visão heliocêntrica. Esta simples mudança de percepção alterou profundamente nossa estrutura psíquica, pois “descobrimos” que não éramos o centro do universo, uma vez que o planeta orbitava ao redor do Sol, relativizando a onipotência de Deus e sua instituição parental. Parece óbvio demais para nós contemporâneos, mas para uma sociedade com índices de analfabetismo elevadíssimos, foi um verdadeiro choque cultural – mudança do eixo paradigmático.
A história nos ajuda à capturar o movimento, a tendência de organização humana frente o caos dilacerante das forças naturais e/ou mesmo culturais, a compreender os arranjos e desajustes.
Podemos tirar muito basicamente duas lições deste processo, devemos monitorar os movimentos do inimigos, eles podem nos custar caro, e que o conhecimento por si só não basta para se fazer uma revolução, há a necessidade de se criar um ambiente fértil e estimulante. Muitas empresas ao perderem pessoas-chave, rompem um elo da cadeia, recriar este elo, pode custar muito caro. Muitas das vezes as organizações sobrevivem, mesmo que abaladas, mas mesmo gigantes sucumbem.
Ed Riley
Se conoce como Renacimiento al gran movimiento de renovación que se produjo en Europa durante los siglos XV y XVI. Este movimiento hizo que se replantearan muchas de las ideas que perduraron durante el mundo medieval. Se extendió la actitud crítica, la observación de la naturaleza, la experimentación científica y se alcanzaron notables avances técnicos, así como una extraordinaria expansión de las artes.