Tenho conversado com alguns colegas sobre as os benefícios e dificuldades de se iniciar uma área de Inteligência Competitiva, ainda mais no meu caso, numa empresa com mais de cinqüenta anos do mercado, mais de 25 mil colaboradores e do segmento de terceirização/serviços.
Pretendo nesta postagem compartilhar um pouco as experiências que tenho enfrentado. Nas postagens anteriores tenho sido muito conceitual, espero com esta relatar um pouco mais da oportunidade que me foi oferecida – Iniciar uma Área de Inteligência Competitiva a partir do zero, ou quase zero.
O primeiro passo é avaliar as áreas da empresa e as informações por elas produzias – mini-auditoria. Geralmente as áreas produzem relatórios, boletins, informativos, índices, etc, dos mais variados temas, sem uma formatação padrão, que possibilite a integração das mesmas (no nível de estrutura de dados).
As respostas para muitos problemas de uma empresa encontram-se nelas mesmas, internos ao ambiente corporativo. O cruzamento das informações pode sanar muitos imbróglios aparentemente complexos. Dados da controladoria, se cruzados com dados do RH, e complementados por dados do marketing e do monitoramento da concorrência, podem oferecer uma visão totalmente inovadora sobre um determinado cliente ou segmento. Ousar estabelecer o improvável pode parecer impossível, mas a criatividade é vital.
Uma área de IC funcional deve haver uma mistura de talentos e habilidades equilibrada na equipe. Pessoas mais pragmáticas para colocar as mãos-à-obra cotidianamente e manter a alimentação do banco de dados, pessoas mais criativas e expansivas para elaborar e inovar nos processos e produtos, etc. Segundo Armelle Decoup, o perfil do profissional mais visado pelas empresas atualmente está pautado nas seguintes habilidades:
- Senso de iniciativa/pró-atividade – nada vem mastigo em Inteligência;
- Inteligência interpessoal/habilidade para networking – a capacidade de demonstrar empatia é chave numa função em que deve se trabalhar com uma rede de pessoas de A à Z;
- Raciocínio analítico – um pensamento sistemático é essencial uma vez que maior parte do esforço é voltado para a análise;
- Visão estratégica – muitos dos projetos de Inteligência a serem desenvolvidos deverão servir para apoiar ou para definir a estratégia da empresa;
- Negociação/perspicácia – ninguém se envolverá em ciclos de Inteligência gratuitamente;
- Quanto a estrutura do time de Inteligência, se deve considerar a ambição da empresa quanto a natureza da Inteligência a ser produzida para poder compor o time, que precisará ser apto a passar por todas as fases do ciclo de Inteligência, e que deverá apresentar muitas vezes características multidisciplinares e “tipos de Inteligência “ variados.
Como todo início, a área deverá se concentrar num perfil mais voltado para o tático/operacional e com a expansão das atribuições galgar para se tornar cada vez mais estratégica estratégica.
Janaina
Legal a colocação de que uma empresa em fase inicial deve se concentrar no tático/operacional e criar uma base sólida com esse foco, para depois, se concentrar nas estratégias.
Luis Paulo
Com toda a certeza Janaina,
Através do operacional é que criamos um material inicial de análise. Quebramos muito a cabeça no início, é normal, mas a persistência é fundamental.