O mundo das organizações é cada vez mais sensível a essa dicotomia – moral x econômico. Em Abril de 2015, São Paulo receberá mais um fórum HSM, desta vez sobre Liderança e Alta Performance. O evento terá como enfoque a discussão sobre a última década e o papel dos líderes no novo cenário que abrange mudanças sociais, tecnológicas e éticas.
Uma das palestras mais disputadas é a do fenômeno Michael Sandel. Capa da edição especial da “Newsweek” sobre a China e chamado de “o estrangeiro mais influente” do ano, Sandel é considerado um dos maiores filósofos da atualidade.
Aclamado professor da Harvard University é o responsável pelo lendário curso sobre Justiça, que contabiliza a participação de mais de 15 mil alunos e foi o primeiro a ser disponibilizado gratuitamente on-line e na TV aberta, sendo acompanhado por milhões de pessoas ao redor do mundo.
O que torna suas aulas, assim como o seu livro “Justiça: o que é fazer a coisa certa“, tão atraentes é a forma como Sandel usa exemplos da vida real para ilustrar filosofias de pensadores como Aristóteles, Immanuel Kant e John Stuart Mill, convidando a todos para uma reflexão moral e criando debates bem fundamentados para uma vida mais democrática.
No seu novo best seller ”O que o dinheiro não compra: limites morais do mercado” traz a tona o papel que o dinheiro e o mercado devem desempenhar em nossas vidas. Sandel costuma desafiar estudantes a refletirem sobre casos envolvendo a justiça e o seu papel no mercado. É justo aumentar o preço das pás de neve após uma nevasca? Leiloar as matrículas universitárias para quem pagar mais? Estes são exemplos de debates de suas aulas. “O desejo de livre mercado é surpreendentemente alto”, disse Sandel, “mas alguns estudantes argumentam que mercados irrestritos criam desigualdade e discórdia social”.
Sandel está tocando em algo profundo tanto em Boston quanto em Pequim e suas conferências lotaram locais como a Catedral de St. Paul, em Londres, a Ópera de Sidney, na Austrália, e um anfiteatro ao ar livre em Seul, Coreia do Sul, onde 14 mil pessoas compareceram inspirados por suas ideias. Pessoas de toda parte estão ávidas pelas discussão das grandes questões éticas que confrontamos em nossas vidas cotidianas.
Segundo Sandel, nos últimos anos os temas econômicos empurraram as questões de justiça e do bem comum. “Acho que há um sentimento crescente em muitas nações, de que o PIB e os valores de mercado não produzem, sozinhos, felicidade e nem uma boa sociedade. Meu sonho é criar uma sala de aula global ligada por vídeo, conectando estudantes de várias culturas, para pensarmos juntos sobre estas questões morais difíceis e ver o que podemos aprender uns com os outros.”
A experiência de participar de um destes encontros é algo extraordinário. Não deixe de buscar seu conteúdo na rede. O tema é riquíssimo e vale a reflexão para o mercado corporativo sobre o papel das empresas e para os profissionais desta nova era.