Não podemos mais nos enganar. O Marketing é cada vez mais analítico. Você pode dizer que não, que é um exagero, etc e tal… mas convenhamos… é analítico sim, e vocês caros leitores, sabem disso!
A partir de tal constatação, precisamos entender que isso acarreta uma forma diferente de enxergar o que é o Marketing e, principalmente, como ele faz e o que ele faz, para ser cada vez mais relevante no atual contexto.
Nosso trabalho está cada vez mais baseado na análise de informações, sejam elas numéricas, estruturadas ou não estruturadas. As decisões tomadas pelos profissionais de Marketing que sempre são arriscadas, tem o risco diminuído através da correta análise e emprego das informações e suas conclusões.
A grande realidade é que a própria definição de “O que é Marketing”, passa por transformação por conta do emprego das informações cada vez mais completas, do CRM, do Big Data, da utilização das ferramentas de Marketing Digital, Inbound Marketing, etc…
Um desafio se apresenta a partir de tal contexto: Qual é a melhor maneira para, além de apresentar esse novo cenário, fazer com que os profissionais em formação consigam aplicar tais análises e conclusões enquanto aprendem os desafios do Marketing, bem como se preparem para o mercado de trabalho com uma nova realidade quando do término (muitos durante) de sua formação?
Gostaria de compartilhar com vocês, caros leitores, uma experiência que se tornou de grande valia no ambiente universitário de que faço parte: a utilização de uma metodologia de aprendizado ativa no desenvolvimento dos alunos, a metodologia PBL (Problem Based Learning).
Nessa metodologia as aulas puramente expositivas são substituídas por problemas que devem ser resolvidos dentro do contexto da matéria/ disciplina, onde o aluno deixa de ter uma participação passiva (como ouvinte e repetidor de conceitos), e passa a ser protagonista da resolução dos problemas apresentados e também da própria formação.
Um caso em específico é a aplicação do conceito na disciplina de CRM no curso de graduação. Ao invés de conhecerem o CRM somente através de slides com conceitos ou com a utilização de sistemas de CRM prontos (Embora todos saibamos que CRM não é sistema!), o desafio apresentado aos alunos é o desenvolvimento, a partir do zero, da estratégia de CRM. O objetivo é a entrega de tudo funcionando, bem como com sugestões de ações a partir da estratégia e montagem que fizeram (Dentro do Ciclo de Vida do Cliente (Customer Lifecycle Management). O aluno é convidado a não ser somente um usuário de alguma coisa, e sim o responsável por delimitar toda a estratégia necessária para tal: desde a construção da primeira carga de um banco de dados, passando pela correta segmentação da base de clientes, a mineração dos dados com oportunidades de negócios (Data Mining), para realização das ações, o desenvolvimento das ofertas de acordo com o Ciclo de Vida do Cliente, a escolha do canal de comunicação que será utilizado (sempre através de informações analisadas), a construção da comunicação e cálculo do Pré-ROI das ações sugeridas.
Num primeiro momento, a reclamação por ter muitas coisa pra fazer, tende a ser grande. O trabalho do professor ou facilitador, além de ser conhecedor das estruturas tanto acadêmicas quanto das de mercado, é o de mostrar as vantagens do aprendizado de forma ativa, pois na verdade, o aluno acaba por acumular a experiência prática tão importante na procura por oportunidades no mercado de trabalho.
É óbvio que temos mais resultados, experiências e obviamente “perrengues” para compartilhar, porém gostaria de chamar a atenção de profissionais de nossa área, educadores e facilitadores de treinamentos. Deixemos que nossos “Gafanhotos” sejam os protagonistas de seu próprio aprendizado! Vamos incentivá-los a resolver problemas (desde que sempre bem orientados), desde o momento que sentam nos bancos de nossas salas! Sabemos o quanto isso é importante para a formação de uma nova geração de profissionais de Marketing que extrapolem os resultados que podemos alcançar hoje!
Até a próxima Folks!
Freire
Muito legal. Eu já utilizo as metodologias ativas desde sempre, antes intuitivamente, agora com mais precisão e propriedade por conhecimento. Uso muito o Lego e não tem nada a ver com a metodologia da empresa, a minha, modéstia a parte… é muito mais lúdica e posso adaptar para diversos momentos empresariais. Parabéns Professor