A cada dia novos produtos e serviços chegam ao mercado, sedentos por conquistar consumidores. Para isso, esses novos empreendedores investem tempo e esforço para compreender as necessidades dos clientes e os gaps dos concorrentes, ao ponto de pensarem em modelos de negócios que ofereçam uma experiência melhor. Ou seja, o foco está em compreender o que de fato é capaz de entregar valor aos clientes. Com a popularização dessas startups, mesmo líderes de mercados consolidados se tornam vulneráveis à criatividade dos substitutos.
Recentemente, o Brasil acompanha com opniões divididas o caso Uber, demonizado pelos taxistas e endeusado por muitos clientes, por oferecer um modelo de negócio diferenciado, que dá ao cliente a liberdade de experimentar um serviço de luxo pelo preço de uma corrida comum. O que fazer? “Taca-lhe pau” nos novos competidores? Definitivamente, não! Essas mudanças fazem parte da evolução do mercado. E que bom que é assim, pois isso estimula uma competição saudável que acaba por gerar inovação. Claro que o caso Uber tem outros fatores envolvidos, como leis que regulamentam a profissão dos taxistas, impostos e etc, que devem ser considerados, mas serve para ilustrar o impacto que a chegada de um concorrente pode causar em qualquer segmento.
E tem sido assim ao longo dos anos. A caneta que substituiu a pena, o quadro branco com canetas que substitui o quadro negro e o giz, o Google que substituiu a enciclopédia, os aplicativos de táxi que substituem as rádio-táxis. Se formos listar, não terá fim, porque o fato é que sempre vai existir uma forma melhor de fazer a mesma coisa. Se para um não for melhor, ao menos será diferente. E se for escalável, podendo atender a necessidade de um grande número de pessoas, aí está a receita do sucesso.
Falando parece fácil, mas na verdade é um exercício extremamente complexo. Afinal de contas, implica em livrarmos nossa cabeça da “maldição” do conhecimento. Aquele mesmo que está enraizado em nossas mentes ao ponto de nos dar certezas absolutas. Essas certezas é que nos impedem de pensar fora da caixa. Então, vai aqui uma sugestão: Pense em como fazer melhor o que você já faz bem, antes que outro faça isso por você. Mas não caia na tentação de tomar decisões radicais baseadas nas suas percepções. Pesquise, converse, observe. Pense em quais aspectos do seu negócio são dores e ganhos na percepção dos seus clientes. Depois, pense em como curar as dores, uma a uma. Teste e valide suas ideias para pequenos grupos antes de realizar grandes investimentos e adotar mudanças radicais. E, na medida do possível, chame seus clientes e fornecedores para criar junto com você. Quem sabe assim você chega ao modelo de negócios mais inovador para o seu negócio?
Mate seu produto criando algo melhor, antes que o mercado faça isso por você.
Fabíola Queiroz
Ótimo seu artigo Aline. Eu até comentei um dia desse que os Hotéis poderiam se sentir ameaçados quando surgiu a ideia de Hostel. É quase o mesmo conceito de táxi e Uber. Táxi é o hotel comum e o Uber é o Hostel que tem quarto compartilhado. A questão maior é que algumas pessoas que usam táxi podem aderir ao Uber, outras não. Tem a questão de perfil de consumo, portanto os taxistas não deveriam se sentir tão ameaçados, e necessariamente deveriam se preocupar em fazer melhor o que já fazem.
Aline Roque
Muito bom seu comentário Fabíola. É verdade. Em todos os seguimentos, se as empresas (e profissionais dentro das empresas) dessem o seu melhor, diminuiria as ameaças, porque eles mesmos teriam condições de evoluir naturalmente, fidelizando seus clientes.
Alessandra Alkmim
Parabéns pelo artigo. Gostei muito!
Aline Roque
Obrigada Alessandra!