As empresas investem cada vez mais em campanhas internas de incentivo e motivação, buscando reter talentos, manter o desempenho dos colaboradores elevado e superar momentos delicados, como fusões, necessidade de cortes e entrada de novos concorrentes. Para todos esses motivos, campanhas internas são eficazes quando bem desenvolvidas e alinhadas com o perfil da empresa, as metas propostas e, principalmente, a expectativa dos colaboradores em geral.
Sabe-se que é muito difícil atender a expectativa de todos, motivando e incentivando na busca de melhorias individuais e coletivas, o importante é conseguir abranger o maior número de pessoas e não permitir que os colaboradores desmotivados contaminem o ambiente.
Um dos pontos fundamentais, juntamente com a comunicação e a meta, é a recompensa proposta para a campanha: Cada colaborador tem sua própria expectativa e, em geral, se traduz em receber dinheiro ou algo similar. Por questões de legislação, baixo recall e até dissonância dos objetivos, a empresa patrocinadora geralmente apresenta como premiação a distribuição de produtos, experiências e, em caso especiais, viagens de incentivo.
Este é o ponto vale uma reflexão: uma viagem certamente é desejável por grande parte dos colaboradores, mas esbarra em fatores de risco, dificuldades de gestão, custos encobertos e quebra de expectativa. Vamos comentar um pouco estes pontos:
Fatores de risco: uma viagem envolve fatores fora da alçada da empresa, como atrasos aéreos, vistos não emitidos a tempo ou mesmo recusados, vouchers não reconhecidos, doenças inesperadas, idiomas desconhecidos e alimentação diferente. Geralmente, em casos de viagens internacionais, o canário oferece mais risco do que em viagens nacionais, mas mesmo no Brasil podemos ter fatores de risco.
Dificuldade de gestão: a gestão do cotidiano da empresa é conhecida por todos e oferece poucas situações inusitadas, mas fora da empresa, em momentos diferentes do habitual, como lazer, presença da família e conflitos de horário de sono, alimentação e passeios, podem aumentar a tensão entre as pessoas e complicar a gestão da viagem.
Custos encobertos: por melhor que seja planejada, mudanças cambiais, imprevistos com atrasos, acomodações e passagens, além de necessidade de retorno fora do planejado, podem aumentar consideravelmente o orçamento disponível.
Quebra de expectativa: este ponto é bastante delicado, pois mesmo em situações bastante claras e com cada item bem explicado, algumas pessoas criam expectativas grandiosas, principalmente se vão viajar para lugares distantes, nunca visitados e com aspectos culturais desconhecidos. A expectativa pode não se realizar e se transformar em frustração.
Um último ponto também deve ser considerado quando vamos premiar uma equipe com viagens de incentivo: a integração entre as pessoas será bem diferente do cotidiano da empresa e vai demandar bastante esforço e atenção por parte dos gestores da viagem, para que todos consigam se integrar, aproveitem o que está sendo oferecido, não deixem barreiras culturais e de idioma atrapalharem demais e as atividades sejam do agrado da maioria, oferecendo alternativas para os que não quiserem estar presentes em determinada atividade.
Enfim, o recall de viagens de incentivo é notoriamente alto, os colaboradores levam as lembranças por anos seguidos, comentando sobre as atividades, as visitas feitas e aspectos interessantes. Temos sempre que tomar cuidado para que este recall seja realmente positivo.
Priscila Stuani
Olá Fábio!
Esse tema é sempre polêmico, afinal pessoas são pessoas, tem desejos, mas nem sempre conseguimos decifrá-los.
Você deu boas dicas dos pontos de atenção, vale a pena sempre levar eles em conta.
Abraço.
Priscila