Na visão acadêmica e na prática mercadológica, e eu não as separo nunca, a Publicidade e Propaganda são ferramentas que, quando bem utilizadas, são de grande importância para o marketing.
Para quem gosta do estudo das guerras para entender mudanças no mercado e desenvolvimentos tecnológicos, pode até argumentar e contradizer minhas colocações, mas ainda assim, prefiro seguir uma afirmativa de Michael Porter, “a guerra do marketing não está entre produtos, marcas ou empresas, a guerra do marketing está na cabeça do consumidor”, é ele quem decide se aceita ou não as novas formas de ser abordado, ele é o juiz.
Na mente do consumidor tudo funciona de maneira simples, prática e rápida, muito do que fazemos e vivemos é reflexo do nosso inconsciente coletivo, do que foi formado a partir dos processos mnemônicos, daí a importância de conhecer os conceitos da psicologia do comportamento de consumo.
Após esclarecer esses pontos, vamos ao que interessa… falar de propaganda como ferramenta do marketing. E é bom lembrar que necessitamos ter formado na mente do consumidor um grau de valor da nossa marca, para que a motivação de consumo gere uma compra.
Estamos vendo duas campanhas, ridicularmente criadas e produzidas, e nem tenho vergonha de colocar assim, sem medo dos comentários “éticos”. Confesso que não sei onde estavam os olhos de quem aprova uma campanha dessas.
Veja a de uma pick up japonesa: um motorista que deixa um carro automático destravado e sem uma marcha engatada, e ele desce despenhadeiro e cai no mar, teoricamente se perdendo para sempre. Pode ser uma das duas coisas – ou o cara é um barbeiro irresponsável ou o carro não tem nenhum sistema de segurança para evitar estes imprevistos. Entra outra variável, quando o dito motorista perde o seu bem – o carro, fica depressivo, irremediavelmente perdido. De repente, algum tempo depois, o carro aparece na praia, devolvendo a vida ao motorista.
Me diga, se alguém que gosta desse tipo de carro, utilitário de luxo, vai gostar de saber que não existem sistemas de segurança contra esses incidentes?
Uma marca consagrada de produtos de beleza e cuidados com a pele, lança um protetor solar refrescante. Ótimo, assim fica mais fácil aplicar. Mas será que era necessária mesmo a cena deprimente na propaganda, de um homem espalhafatoso, dando um show pirotécnico enquanto aplica o tal do spray refrescante?
Não acredito que vá dar o resultado esperado no investimento esse tipo de propaganda.
O que admiro e penso ser necessário nessa ferramenta para o marketing é o poder que a propaganda/publicidade tem em criar um vínculo com o consumidor. Claro que não é só isso, mas é isso também.
Criar um vínculo como a clássica campanha da “Galinha Azul”, aquela do caldo Maggy, ou dos “Bichinhos Parmalat”, ou aquelas que está rodando agora da Vivo, com o rapaz ruivo, muito engraçado, cantando um jingle e finaliza com uma queda.
Acredito muito neste perfil de campanha, na qual um leve toque de comédia movimenta e tira a monotonia, aquela que deixa o “noveleiro” menos estressado na hora do comercial.
Assim acredito que funciona como deveria e já que sou acadêmico, devo ter uma visão ampliada de tudo, mas essas propagandas… Só Jesus na causa…
Mas em marketing e propaganda, tudo, tudo mesmo está intimamente ligado e em congruência com o “inconsciente coletivo”. Uma pequena área do cérebro que armazena informações e serve como filtro protetor em nossas vidas.
Peço permissão aos “donos” das agências que criaram, recebam como um comentário de um professor desejoso por criações pertinentes e que não deixa leigos criarem os “Frankensteins publicitários”.
Para as rádios: “Neto retou”, com direito a tapa na mesa e vidro quebrando. Me diga, quem em sã consciência vai entrar em uma loja que o “dono está retado”, quebrando tudo, e a desculpa é baixar os preço? Me diga qual perfil de consumidor vai ouvir isso e ir em busca de uma empresa dessas? Eu não conheço e se a empresa informar que depois da propaganda está vendendo mais… A concorrência já deveria ter fechado as portas.
Empresas que trabalham com agências de publicidade e propaganda, que têm verba para esse investimento e afirmo que, se devidamente precificados, os produtos irão render bem, e as estratégias sendo desenvolvidas por profissionais de marketing, verdadeiramente qualificados e com formação específica, saberão como conduzir uma campanha publicitária vencedora.
Defendo que a publicidade como ferramenta do marketing, só vai trazer retorno, cumprir o seu papel se devidamente enquadrada nos princípios do conhecimento específico do público alvo.
Escreva seu comentário, concordando ou discordando, queremos a sua colaboração! professorfreire2008@gmail.com
Mateus Rosa
Parabéns Freire pelo post, concordo plenamente que “a guerra do marketing não está entre produtos, marcas ou empresas, a guerra do marketing está na cabeça do consumidor”
Bruno Lacerda
Antonio, o que percebemos nessas campanhas é que sobra muita “criatividade”e devaneios, e falta muito conceito e engajamento estratégico. É fundamental a propaganda estar inserida dentro de um contexto alinhado aos valores da empresa.
Sds..
Bruno de Lacerda
Eliane Lages
Ótimo análise da relação da publicidade com o marketing, Prof. Freire! Realmente, a publicidade só estará atingindo seu real objetivo se ela conseguir conquistar a mente e o coração do consumidor.
Abraços, Eliane Lages.