A criança assiste ao programas de televisão. Nos comerciais dos programas infantis, propagandas agitadas se revezam. A propaganda de um chocolate, desperta o interesse  do pequeno. Rapidamente, os pais são obrigados a atender ao novo desejo despertado na criança. Cheio de culpa por não passar tanto tempo com seus filhos, corre para suprir sua ausência com chocolates. O pequeno se lambuza, já pensando no próximo pedido.

Esse tipo de situação é muito comum – no nosso país e no restante do mundo. Crianças são curiosas, ávidas por saberem entenderem sobre tudo. Adoram novidades. Como os adultos, possuem vontades e desejos. Estes são atendidos através do consumo.

Este processo sofre críticas com frequência. Dizem que podem ser consumistas no futuro, obesas entre outros fatores. Verdade, a obesidade infantil é realidade. A publicidade vem assumindo a culpa por tudo isso. Proibir a publicidade para as crianças é o caminho?

Acredito que não as vezes as respostas para determinados problemas são tomadas sem observar as verdadeiras causas. O que não é legal, não é a criança ter suas necessidades e ser despertada para isso, o problema é o excesso. Impor limites é responsabilidade dos pais e não da publicidade. Ou sedo ou tarde a vida ira impor esses limites.

Se o produto anunciado for perigoso, ele deve ser o foco da mudança. Os alimentos devem ter pouco açúcar, sal ou gordura saturada. Sem publicidade de produtos para criança, os programas infantis perdem seus espaços nas emissoras. Sem programação infantil, as crianças seriam obrigadas a assistirem à programação adulta, totalmente inadequada.

Atualmente as crianças são protegidas por vários órgãos: Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Conar, Anvisa… E ainda existem projetos de lei mais radicais em trâmite. O PL 5921/2001 prevê a proibição total da publicidade para criança, já faz 10 anos que este projeto passa em varias comissões. O PL 87/2011  proíbe a publicidade dentro das escolas. Existe ainda o PL 702/2011, que busca eliminar a publicidade infantil no período das 7 às 22 horas, pretendendo colocar assim as crianças a salvo.

Estão tratando a publicidade para crianças com a publicidade de cigarros e bebidas alcoólicas. Busca tirar dos pais a possibilidade de escolha. O código de autorregulamentação publicitária já orienta que “nenhum anúncio dirigirá apelo imperativo de consumo diretamente à criança”, que não deverá “impor a noção de que o produto proporcione superioridade ou inferioridade” e que deve respeitar “a ingenuidade, a credulidade e inexperiência” dos menores.

Atualmente apenas os países: Canadá (apenas em Quebec, desde 1980), Suécia (desde 1991) e Noruega (desde 1992), proíbem esse tipo de publicidade. Países com baixíssima população de crianças. No Brasil, de 44 milhões de pessoas, é maior que a população inteira de todos esses lugares somados. O desastre econômico da proibição desse tipo no nosso país seria enorme.

Não é responsabilidade do Estado decidir pelos pais, o dever de educar é dos pais.

As empresas devem ser responsabilizadas pelos erros cometidos em relação a esse tipo de ação de Marketing . Não é preciso proibir é necessário conscientizar.

FAÇA PARTE DO PROJETO

O Implantando Marketing visa a união dos profissionais das áreas de Marketing e Comunicação Empresarial e busca formas de divulgação e crescimento dessas áreas através da Implantação de Departamentos de Marketing e Comunicação em pequenas e médias empresas. Para isso, compartilhamos experiências e conhecimentos necessários aos profissionais e empreendedores que querem se beneficiar dessa Implantação. Envie o seu currículo e escolha um dos núcleos do projeto.

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4 comments

  1. Fabio Passerini

    Pessoalmente, sou contra todo e qualquer tipo de propaganda voltada para o público infantil. Adultos enfrentam dificuldade com a propaganda, seus efeitos no consumo, endividamento e reflexos na personalidade, mesmo tendo mecanismos mentais de controle e proteção. Crianças não desenvolveram estes mecanismos de discernimento, entre realidade e ficção, entre risco e retorno, logo, são extremamente envolvidas na propaganda.
    Acredito que a programação infantil possa ser diferente, pois ela inclusive faz parte da propaganda em si, ao eternizar figuras públicas e vincular sua imagem a produtos diversos.

  2. Esse é uma vertente muito delicada e que precisa ser avaliada com cuidado.
    O CDC, Conar estão ai para resguardar os direitos dos consumidores, mas muitas vezes as soluções demoram demais para vigorarem e o estrago já foi feito.

    Vamos aguardar para ver se as leis serão aprovadas!
    E see for, mas adaptações e mais acompanhamento para ver as não conformidades, mas de preferência, antes de ir para o mercado, porque chorar diante do leite derramado é algo incabível.

    Abç.

  3. Izabela Reis

    Nós pais não podemos nos eximir das responsabilidades. Muitos deixam seus filhos muitas horas em frente a TV, recebendo além do contéudo infantil, muita propaganda e estimulo para comprar, ter sempre o último brinquedo lançado.
    Os pais antes de tudo devem ser exemplo, orientar seus filhos sobre o consumo, pois o apelo à compra esta em todos os lugares (tv, pontos de vendas, escola…). Claro que precisa de regulamentação mas cabe os pais a orientação.

  4. Não precisamos isolar os pequenos em uma redoma para resistir aos desejos do consumo. O diálogo é fundamental para ensinar a criança que nem sempre esse consumo trará a felicidade desejada.
    Vale lembrar que a criança não nasce consumista, ela simplesmente vai adquirindo hábitos através das informações obtidas pela mídia e acatada pela família.
    Pais e responsáveis devem dialogar com seus filhos e impor limites. Dizer “não” a cada pedido de consumo desnecessário é muito importante para que a criança aprenda a lidar com frustações e entender que suas ações podem ter impactos no coletivo.
    A criança não sabe o que é melhor para ela, portanto cabe a nós, pais e responsáveis, ensiná-los a serem cidadãos conscientes e, consequentemente, mais felizes. Pois, as melhores coisas da vida não são necessariamente “objetos” que nos realizam materialmente.
    Cada um precisa cumprir suas responsabilidades para a formação de crianças mais saudáveis, felizes, atentas e conscientes.
    Maria Delfina Rodrigues
    @MariaDelfina11