Foi publicada recentemente na revista Você RH uma pesquisa que aponta uma forte queda nas contratações de profissionais de diversos níveis no Brasil, o que mostra um desaquecimento do mercado de trabalho no último semestre. Segundo a pesquisa, que pode ser conferida nesse link, dentre os fatores estão os altos encargos trabalhistas, salários inflacionados em virtude da escassez de mão de obra qualificada, crise europeia e outros.
Nesse post, vamos focar nos salários inflacionados devido à escassez de mão de obra qualificada. Pois bem, se temos poucos profissionais qualificados para ocupar os postos estratégicos nas empresas e estes já contam com altos salários em virtude de serem altamente qualificados, o que as empresas podem fazer para reter esses profissionais? A meu ver, o segredo está nas estratégias de endomarketing bem planejadas e executadas. As pessoas realmente aumentam seu comprometimento quando trabalham em uma empresa que as acolhe, fomenta o seu desenvolvimento constante, oferece boas condições de trabalho e bom ambiente e, acima de tudo, reconhece seu valor. E esse reconhecimento pode vir de várias formas.
Um colega da área de marketing questionou em um grupo de comunicação interna do Linkedin há poucos dias se alguém tinha uma sugestão de reconhecimento para ele. Diversos profissionais responderam sua discussão, todos atuantes em empresas de diversos portes. Um reconhecimento pode ser um simples muito obrigado e parabéns pelo bom trabalho quando isso ocorre. Pode ser uma bonificação por desempenho. No caso específico questionado pelo colega, era sobre tempo de empresa e por mérito. Lá surgiram boas sugestões, como homenagem durante o evento de fim de ano, presentes como placas, relógios, pins, etc. Indicação de boas práticas feita pelos colegas, entrega do reconhecimento em evento com a presença das famílias.
(Link da discussão)
Enfim, ideias não faltam, assim como exemplos de que elas dão certo. Se sua empresa quer os melhores profissionais, precisa oferecer diferenciais, pois salários compatíveis ou superiores, para o bom profissional, é fácil de achar no mercado. Já uma empresa na qual sentimos prazer em trabalhar, não é bem assim. E uma boa forma de transformar sua empresa “nessa empresa”, é reconhecendo o mérito e o valor daqueles que dela fazem parte.
@AndreVarga
Pois é, ALINE.
Muitas vezes uma simples menção de reconhecimento pelo trabalho bem feito, vale mais que bonificações em dinheiro ou coisa similar, mas as Empresas não se dão conta disso, ou ainda que se deem, caem na dificuldade de mensurar a motivação decorrente de um reconhecimento público.
Na verdade, o pano de fundo do assunto é que no campo da Psicologia da Motivação, diferente de outras áreas da Administração Moderna, o hiato entre o que se pratica e o que a ciência já sabe é bem maior que em outras áreas. A ciência está muito mais avançada que as práticas corporativas.
Alguns estudiosos do assunto (sugestão de livros mais abaixo) já chegaram a muitas conclusões de como funciona nosso cérebro e emoções no ciclo motivacional, mas as empresas ainda relutam em buscar por em prática essas descobertas.
Um grande desafio, sem dúvida.
Nessa seara, sugiro as seguintes leituras:
. Motivação 3.0 – Dan Pink
. A Guinada – Dan & Chip Heath
. Previsivelmente Irracional – Dan Ariely
Abraços e sucesso a todos! :)
Janaina
Quando se fala em mão de obra com pouca qualificação, me faz refletir sobre a educação do país. É visível o aumento de faculdades, cursos de capacitação e especialização em todo país, bem como o número de pessoas que buscam qualificação, seja em cursos presenciais ou via Internet. Os campos para aprendizado são vastos, porém parecem não surtir efeito. Percebemos por este texto que a educação vai mal e o mercado sofre as consequências de um ensino precário. Em relação ao marketing digital (área que tenho convívio) as coisas vão de mal a pior. Li recentemente, que a maioria dos monitores de mídia social nunca fizeram nenhum curso ou procuraram qualificação, vão aprendendo aqui e ali pela internet. Não acho que seja obrigatório um diploma para se exercer certas atividades, mas quando não há um norte de aprendizado, cada um faz o que bem entende e disputa com profissionais qualificados, espaço no mercado. Isso gera baixa qualidade na produção e precificação imprecisa, muitas vezes injusta na prestação de serviços.
Priscila Stuani
Aline!
Os seus posts são sempre bacanas, dá para se aproveitar muitas coisas!
Estava para comentar faz algum tempo contigo e com os demais colegas: e se dermos “dicas” sobre as contratações de profissionais da área de mkt?
Desde como descrever um cargo, quais indicações para o candidato se comportar na entrevista, e etc.
Acho que seria uma boa contribuição para os profissionais e para as empresas que buscam fazer processos seletivos mais assertivos, é óbviu que ninguém quer perder dinheiro e tempo, mas o mercado está carente de informação!
E depois, quando o profissional já estiver contratado, trabalhando… Podem consultar esse post (por exemplo) para terem mais idéias e aplicarem no seu ambiente de trabalho!
Abraços!
Heron Xavier
Aline,
excelente post!
Lendo-o, me lembrei de quando estava no pré escolar e fazia o “para casa” com capricho e bem direitinho durante a semana para ganhar uma estrela verde na sexta – feira.
E no final do mês, conseguindo três estrelas, eu conseguiria uma estrela amarela e se conseguisse 4 verdes, ganharia a TOP estrela vermelha.
Me lembro de ter ganhado 1 estrela vermelha e ter ficado muito feliz e “motivado” (para uma criança de 6 anos) com o resultado de ter feito um bom trabalho.
E assim, vejo que muitas empresas esquecem de cativar seus funcionários e reconhecê-los bem excelente trabalho que desenvolvem.
Mas nem tudo está perdido. Tem muita empresa boa no mercado que pelo menos diz “muito obrigado pelo serviço prestado. E muitas outras que retém talentos com ótimas campanhas de incentivo.
Sds,
Marcos Moraes
Muito bom o texto. Acredito que é por aí. É pela falta de reconhecimento, geralmente, que muitos profissionais começam a procurar, até durante o trabalho, outras empresas para trabalhar até começarem a receber propostas e ter que inventar que vai ao dentista para poder fazer uma entrevista. É tão corriqueiro. Quando uma empresa esquece que o seu maior cliente é o seu funcionário, é aí que ele começa a perder clientes, e clientes mais do que especiais.