Self-Service Checkouts: será que essa mania pega no Brasil?

Diminuir filas nos supermercados e agilizar o processo de compra de clientes. Essas foram as primeiras propostas das máquinas de self-service checkouts primeiramente introduzidas no Reino Unido pela empresa Tesco, maior rede varejista do país, em 2008.

Como funciona
A tecnologia permite que o cliente scaneie o código de barras dos produtos que está comprando, identifique e pese frutas e vegetais e passe seu cartão de crédito ou débito ao finalizar a compra. Um colaborador fica à disposição dos clientes para ajudá-los em caso de dúvidas e supervisionar o processo.

Controvérsias
Recentemente estive na Inglaterra e passei pela experiência de fazer meu próprio checkout. Foi rápido, simples e fácil como prometido, mas observei que a maioria dos ingleses ainda preferem utilizar os métodos tradicionais e interagir com balconistas. Até porque, segundo uma pesquisa realizada pelo The Telegraph em 2008, o cliente inglês espera em torno de 5 minutos e 15 segundos na fila tradicional e 5 minutos e 35 segundos quando fazem seu próprio checkout -acreditem, para eles 20 segundos é muito tempo! Ainda assim, em épocas de grande movimento, como é o caso do Natal, as máquinas ajudam a diminuir filas e são mais utilizadas.

E o Brasil?
Bom, fiquei imaginando como seria a implementação desta tecnologia no Brasil e pensei que os grandes supermercados deveriam ter uma boa razão para não adotarem o sitema. Afinal, isso diminuiria filas e a quantidade de funcionários dessas empresas. Esse pensamento durou segundos e rapidamente concluí que seria muito complicado trazer essa tecnologia para o Brasil. Não pela falta de verbas ou de vontade do setor, mas principalmente pela questão cultural. Aqui no Brasil, muitos ainda não aprenderam que o que é do outro custa um certo preço para ser seu. Por isso pequenos furtos em supermercados ainda são uma grande realidade brasileira.

Tecnologia x Comportamento
Minha intenção não é a de criticar nossas fraquezas morais, mas principalmente a de ressaltar que inúmeras tecnologias que têm por objetivo melhorar a experiência de compra do cliente estão disponíveis, já foram testadas e estão prontas para serem usufruídas por diversos países. Porém, a tecnologia não ensina comportamentos. Assim, acredito que as possibilidades tecnológicas podem ser infinitas, mas suas aplicabilidades estão limitadas pelo preparo humano para recebê-las e se beneficiar delas.

E você, acha que essa mania pega ou não pega por aqui?

 

FAÇA PARTE DO PROJETO

O Implantando Marketing visa a união dos profissionais das áreas de Marketing e Comunicação Empresarial e busca formas de divulgação e crescimento dessas áreas através da Implantação de Departamentos de Marketing e Comunicação em pequenas e médias empresas. Para isso, compartilhamos experiências e conhecimentos necessários aos profissionais e empreendedores que querem se beneficiar dessa Implantação. Envie o seu currículo e escolha um dos núcleos do projeto.

Leave a Reply to Priscila Stuani Cancel Reply

6 comments

  1. Priscila Stuani

    >Muito pertinente o seu texto.

    Eu trabalho numa empresa de Tecnologia da Informação e sei de cases de RFID e reconhecimento facial que já estão implantados em estacionamentos de alguns shoppings de São Paulo. E já é um diferencial deles.
    Quanto a utilizar esse tipo de tecnologia em supermercados no Brasil acho que seria uma boa, afinal as pessoas cada vez mais ficam sem tempo e querem alternativas para atender essa necessidade.
    Embora ainda tenhamos casos de pequenos furtos, a tecnologia pode apoiar essas ações.
    É um risco que a corporação vai correr.

    Adoro esse video: http://goo.gl/yJm0U

    Abraço,

    Priscila Stuani

  2. Anonymous

    >Ei Priscila!

    Obrigada por compartilhar! Espero que a tecnologia venha, mas precisamos ainda nos adequar culturalmente para nos beneficiarmos dela tambem, nao acho que os supermercados vao correr um risco desses sem que existam beneficios para eles proprios!

    Grande abraco!

    Tati

  3. Ju Rezende

    >Particularmente, não sei se o Brasil é amadurecido o suficiente em relação à cultura tecnológica pra termos este formato.
    Mas já estamos vendo as coisas chegarem. Em São Paulo já existe um formato similar…

  4. Duda Polibiano

    >Acho que não pega, assim como não pegou a moda dos postos de gasolina sem frentistas ou os ônibus sem trocadores.
    A questão é mais do que cultural, acredito que o número de desempregados aumentaria muito caso fosse implantado um sistema desta forma.

  5. Eduardo D. Deoliveira jr

    Apesar de self service checkouts terem seu sucesso no exterior, acredito que o Brasil ainda não está culturamente preparado para essa implantação. Necessidade é a Mãe da invenção. E, implementar uma tecnologia antes da hora pode condenar sua implantação quando ela realmente for necessária. Claro que pequenos furtos são um problema, mas temos que lembrar da grande diferença das classes sociais no Brasil. Implementando um sistema que vai basicamente garantir o aumento de furtos vai só aumentar a separação das classes. Ou o que vai acabar acontecendo é o aumento da vigilância para com aqueles de condições financeiras e educação menos privilegiadas, o que causaria uma situação que fará com que esses clientes evitem esses novos sistemas. O que reduziria a quantia de clientes, tendo resultado contrário ao desejado.
    Outro aspecto ainda deve ser considerado. Um sistema criado para agilizar as compras só é necessário em lugares onde tempo é dinheiro. Em uma cultura de almoços de 2 horas, casas com empregadas, etc. Tempo não parece ser ainda um fator central. Quem precisaria de tempo seriam as pessoas de classes menos abastardas, que trabalham o dia inteiro para sobreviver. Mas, de acordo com o que coloquei anteriormente, essas seriam as pessoas excluídas pelo novo sistema, constrangidas por um sistema de segurança mais intenso e inibidor. Seria assim uma incoerência a implantação de um sistema apenas por conveniência e não por necessidade. Já que no Brasil, time is not money, yet…