Ser criativo ou não é um assunto que permeia várias rodas de conversas, principalmente, em locais onde a criatividade é ferramenta de trabalho. Quem trabalha em áreas como: Marketing, Publicidade e muitas outras funções, mesmo não identificando a criatividade como diferencial, ela também está lá, presente.
Muitos leitores de meus artigos entraram em contato e enviaram suas perguntas. A seguir vou esclarecer seis das principais dúvidas relacionadas ao tema, aí estão elas:
Nós nascemos criativos ou nos tornamos criativos?
Está pergunta assombra muitos profissionais em diversos mercados, inclusive serve como uma boa desculpa para “fugir” de uma atividade no trabalho, dizendo: “Não posso realizar essa demanda, não sou criativo”.
Bom, para responder vou usar como base um estudo realizado pela Fundação Botín (Espanha). Uma das autoras desta pesquisa, a sueca Martina Leibovici, doutora em questões de família, afirma que as crianças já nascem com uma “incrível capacidade de aprender, pensar e interagir com o mundo de forma criativa”, mas são podadas durante o processo de educação para a “vida real”. Segundo ela, hábitos como o da comparação, classificação, avaliação, culpa, crítica são responsáveis pela perda de 70% das capacidades inatas das crianças. “Na realidade, eles não perdem as habilidades, mas elas ficam mais adormecidas”. Sim, todos nascemos criativos.
Como podemos estimular a criatividade?
Ainda segundo o estudo que citei, o estímulo vem através das atividades criativas na infância que resultam em impactos fundamentais na vida adulta. A pesquisa indica que 17,6% de educação rica em artes aumenta as chances de ingresso no ensino superior e de um bom emprego no futuro. No sentido contrário, a ausência de atividades criativas pode aumentar em cinco vezes as chances de um jovem ser dependente de ajuda financeira dos pais ou assistência pública. Já enquanto adulto, se provocar é fundamental, ou seja, fazer coisas que saem de sua zona de conforto, que você costumeiramente não faria. Observe sua rotina e saia dela.
O que compõe o processo criativo?
Segundo a pesquisadora Catherine Patrick, no livro ‘O pensamento criativo’, o processo criativo é composto por pelo menos quatro fases:
1° Preparação: é a fase de coleta e manipulação do maior número de dados e elementos pertinentes a um problema. Ler, anotar, discutir, colecionar, consultar, rabiscar, cultivar sua concentração no assunto.
2° Incubação: é quando o inconsciente entra em ação e, desimpedido pelo intelecto, elabora as inesperadas conexões que constituem a essência da criação.
3° Iluminação: O momento da gênese da ideia, a iluminação ou síntese ocorre para o homem criativo em incubação nos momentos mais inesperados.
4° Verificação: Nesta fase, o intelecto termina a obra que a imaginação iniciou. O criador analisa, julga e testa sua ideia para avaliar sua adequação.
Sabendo disto exercite-se!
Quais passos devemos seguir para potencializar o processo criativo?
Dentre as várias técnicas existentes para potencializar sua criatividade, gostaria de citar a do Prof. Schultz, da Buffalo University, nos Estados Unidos:
1º Todo dia escreva pelo menos uma ideia;
2º Escreva seus objetivos específicos de vida;
3º Faça anotações;
4º Armazene ideias;
5º Observe e absorva;
6º Desenvolva uma forte curiosidade;
7º Aprenda a escutar e ouvir;
8º Descubra novas fontes de ideias;
9º Compreenda primeiro e só depois julgue;
10º Procure ter uma atitude positiva e otimista;
11º Construa GRANDES ideias a partir de pequenas ideias;
12º Evite coisas que enfraqueçam o cérebro;
13º Crie grandes metas – Grandes objetivos;
14º Coloque as ideias em ação e por último, e não menos importante:
15º Use o seu tempo ocioso com sabedoria.
O que pode bloquear a criatividade?
A responda é simples, “o pré-conceito”. Vou explicar melhor. Quando nossa criatividade é exigida, normalmente, nos deparamos com o chamado “quadrado”, o mesmo que alguns gestores de carreiras chamam de “caixa”. Nos prendemos em experiências passadas, repetimos, repetimos, e repetimos… até porque estamos tão envolvidos em “pré-conceitos” (experiências), que normalmente, não conseguimos “pensar fora da caixa”, pensar coisas novas, sermos criativos, em minha experiência aconselho a se livrar dele para que, com a mente livre, consigamos realizar coisas que nunca pensávamos em realizar.
Bom, espero que as dicas tenham sido úteis, se não pra você que seja para um colega de trabalho. Para fechar, uma citação: “A criatividade é a maior forma de rebeldia da existência. Se deseja criar, você deve se livrar de todos os pré-conceitos, do contrário, sua criatividade não passará de mera imitação, apenas uma cópia.”
Deixo como recomendação de leitura o livro: Criatividade – Liberando sua força interior, da Editora Cultrix, de onde extrai esta frase.