Após a consolidação da área de Inteligência Competitiva numa dada empresa – identificação das necessidades de informação, estruturação dos modelos de dados, criação de rotinas de disseminação e feedback sobre o produto disseminado – o passo seguinte é o planejamento de um Sistema Integrado de Inteligência Competitiva (SIIC).
O SIIC visa basicamente aperfeiçoar a cadeia de processamento de dados em informação, dentre outros propósitos: antecipar mudanças substanciais no ambiente de negócios (comportamento do consumidor, legislações e medidas regulatórias, etc.); descobrir novos concorrentes ou produtos inovadores de concorrentes instalados; monitorar diretamente a concorrência com índices e rotinas padronizadas; proteger as informações coletadas, garantindo que as mesmas sejam distribuídas apenas às áreas certas – a maioria das informações que a IC trabalha é pública, mas não está publicada, e também, o processo de análise envolve informações confidenciais da empresa visando à geração de recomendações – um SIIC facilitaria a identificação da origem do vazamento. O livro IC – Como transformar informação em um negócio lucrativo, de Elisabeth Gomes e Fabiane Braga, aponta que “Colaboradores e executivos podem transformar, mesmo que involuntariamente, em informantes dos concorrentes. É importante que as organizações treinem seus colaboradores em determinadas atitudes de segurança, como também estabeleçam vínculos estreitos com estes. Quando o colaborador se sente comprometido com a organização e vê que a recíproca é verdadeira, ele não fica tentado a trair essa confiança”.
Como apontado, acredito que a segurança da informação é um dos maiores, se não o maior, ativo de uma empresa, não importando o tamanho, escala ou segmento de atuação.
Outro ponto importante que justifique a criação de um SIIC é tornar claro os objetivos e competências da IC, despersonificando a área ao gerar um histórico apropriado dos índices mensurados – ou seja, não depender diretamente dos colaboradores/gestores para que a área prossiga (alguns colaboradores/gestores distribuem as informações em diversas pastas, planilhas, arquivos, sem uma organização lógica, o que dificulta a continuação da área, caso este não se encontre mais presente).
Qual o momento certo para a estruturação do SIIC? Não tem um momento certo, conforme a área crie procedimentos para a geração de recomendações, índices, relatórios, etc., a necessidade se torna iminente. Existem consultorias que podem auxiliar neste processo – o benefício é que conhecem diversos segmentos econômicos, têm experiência direcionada em TI – especialistas, etc. O ponto negativo mais crítico na minha visão quando se opta por este caminho é atentar ao engessamento do sistema, cada segmento é único, com necessidades únicas, algumas empresas vendem sistemas como produtos padronizados, o que acarreta à erros gravíssimos, no desenrolar do processo. Neste caso um bom relacionamento entre a consultoria e o cliente resolveria o problema – cada um tendo bem claras as suas atribuições e limitações.
Não há outro caminho, a informação é o maior ativo da empresa, zelar por ele e buscar a sua integração é vital e pode gerar vantagens e/ou desvantagens competitivas, conforme a utilização.
Rafaela - Tudo em Foco
Realmente a informação é um dos bens mais preciosos das empresas nos dias de hoje. Não é por nada que as maiores companhias do mundo trabalham, de forma indireta ou direta, com a comunicação (facilitando a comunicação entre as pessoas, inclusive). Saber guardar os dados com segurança é importantíssimo e o SIIC pode realmente ajudar, desde que adaptado à cada necessidade, é claro.
Luis Paulo Farias
Sem dúvidas Rafaela!
O ocidente sabe que informação é poder há muito tempo. Lembro sempre de uma frase do bispo Clemente de Alexandria, que se não me engano, viveu no século II da era cristã: “Nem todas as verdades devem ser ditas à todos os homens”. No fundo, esta frase quer dizer que a informação não deve ser vulgarizada. Ela é poderosíssima. A mais afiada lâmina da humanidade. Temos que nos atentar para isso. Porém, ainda percebo que muitas empresas não conseguem vislumbrar o potencial que possuem. Precisam de um empurrãozinho!
Priscila Stuani
Muito legal Luis!
Um SIIC atualizado e redondilha êh o sonho de consumo de qualquer profissional de Mkt!!
Abraços
Luis Paulo Farias
Nossa! Coloca sonho nisso!
Conheço um caso de um SIIC que demorou sete anos para ser finalizado. Quando ele finalmente ficou completo, mudou-se a gestão da empresa e ele foi jogado às traças. Fico realmente muito triste que este tipo de coisa ainda aconteça, pois muitas vezes os novos gestores não têm a mínima consciência do potencial que possuem na própria casa, embaixo de seus pés… Pisam em ouro! E ignoram completamente pelo simples hábito/vício da inovação cega e constante.
Flávia Morgana
Muito bom Luis!
Me esclareceu dúvidas que tinha sobre o SIIC!
Luis Paulo Farias
Fico feliz Flávia… Estamos aqui para isso!