Conhecido pelos norte-americanos como “information overload”, mas também “infobesity” e “infoxication”, a sobrecarga informativa ocorre quando as pessoas sofrem para selecionar os dados realmente relevantes e, em consequência, tendem a se atrapalhar no momento de tomar decisões.
O problema não é novo. O sociólogo alemão Georg Simmel (1858-1918) já alertava que a sobrecarga de sensações no moderno mundo urbano industrializado tornava as pessoas cansadas e impedia que reagissem de forma adequada a novas sensações.
Este, no entanto, tem sido o principal problema de muitas organizações e profissionais. Afinal, conhecimento é aquilo que você obtém ao selecionar informações. É aquilo que gera valor, melhorando sua vida e os seus negócios.
Hoje, principalmente, por conta da multiplicação dos canais digitais, muitos tendem a submergir no mar turvo da informação.
Em suma, segundo os especialistas, uma “information overload” ocorre quando a quantidade de dados inseridos em um sistema, humano ou cibernético, excede sua capacidade de processamento.
Na sociedade digital, percebemos que a Internet duplica, triplica, multiplica toda a informação, até mesmo o lixo informativo. Boa parte da informação está desconectada de seu contexto histórico. Os dados soltos mais confundem do que explicam e em um sistema de rápida replicação, nem sempre é possível determinar as fontes informativas. Por fim, se muita gente diz a mesma coisa, tendemos a considerar que seja verdade. Boatos maldosos, porém, podem fazer a ruína de boas empresas e ótimos profissionais.
Intelectuais da Harvard Business Review e até mesmo da gigante Google estão preocupados com esse processo de contaminação. A abundância de informação degenera as habilidades cognitivas, obstrui o pensamento profundo, confunde as memórias e torna mais difícil a aprendizagem.
O palestrante especialista em gestão, Carlos Julio dá as seguintes dicas de como lidar com o problema. Veja abaixo:
- Selecione suas fontes. Converse, por exemplo, com seu professor e com seu líder de equipe na empresa. Verifique quais são as fontes informativas desses parceiros e mentores.
- Obtenha informações de pessoas que você conhece e nas quais confia. O presencial confere maior credibilidade ao conteúdo compartilhado. Cursos e palestras, por exemplo, são mais confiáveis que comentários postados no Facebook.
- Tenha cuidado com informações que tratam de seu mercado ou segmento específico. Há material divulgado com o intuito específico de assustar, desmobilizar ou desorientar a concorrência.
- Seja responsável e não repasse informação cuja veracidade não tenha sido confirmada. Muitas vezes compartilhamos por impulso, e esquecemos que este compartilhamento leva a sua assinatura sobre o tema e, caso não seja verídico pode comprometer a sua reputação. Muito cuidado, pois algumas carreiras são destruídas com comentários levianos na rede.
- Seja disciplinado. Não passe o dia inteiro coletando informações. Reserve um período para essa tarefa. O resto do tempo deve ser utilizado em planejamento, análise e execução. Esteja presente no seu lugar, no tempo presente. É aí que você faz acontecer.