Recentemente li um texto sobre tendências e comportamento da geração Y e a dinâmica das informações no mundo contemporâneo e espaço vitual. O que me fez refletir, seguindo a dica de um amigo, sobre os sucessos de Compartilhamento e likes / “Curtidas” no Facebook e outras ações similares nas demais mídias sociais (twitter, Google+, etc.). Vocês devem estar se perguntado, “mas afinal de contas, o que uma coisa tem haver com outra?”.
Pois bem, segundo alguns números do Facebook as imagens e infográficos estão no topo no que dizem respeito ao compartilhamento, e esse número pode até dobrar se levado em conta o tema ou abordagem humorística conferida ao arquivo. Do lado oposto, temos os link’s que remetem à artigos, textos ou matérias que exigem um pouco mais de dedicação, mais tempo disponível para leitura e compreensão.
À partir daí, chamo a atenção para uma prática muito comum à Cibercultura (segundo André Lemos, pode ser definida como cultura contemporânea marcada pelas tecnologias digitais.) e bastante difundida, e destacada, pois inclusive há instituições que oferecem capacitação no assunto: leitura dinâmica, que podemos entender como uma forma de acelerar a leitura de textos mantendo a compreensão. Com isso, o nosso ponto focal em um post de artigo passa a ser o Título e o Resumo explícito e gerado pela Mídia Social.
Observa-se então, voltando a frase de início do texto, uma reafirmação da superficialidade de conteúdo que, em uma análise mais ampla é maximizada por uma “enxurrada” de informações disponíveis para acesso, a qualquer hora e lugar, fomentada por qualquer indivíduo conectado (praticamente tropeçamos em informações, graças ao advento da Web 2.0). O excesso de informações, junto a nossa vontade e desejo de estarmos por dentro de tudo, ao mesmo tempo, nos conduz e nos “reserva o direito” de não nos aprofundarmos em qualquer que seja o assunto ou o tema alvo de uma discussão. Fato este, que justifica o esforço de empresas e/ou grupos voltada para ações, sobremodo imagéticas, acompanhadas por frases curtas, de efeito ou pensamentos de autoridades em determinado assunto. Ou seja, conteúdo de assimilação rápida, maior senso comum, e fácil de compartilhar (fatores de viralização).
Outro ponto, que me deixa intrigado, e trata-se de um ponto de vista, são as constantes pesquisas e os resultados sobre a influência das pessoas sob Recomendações. Quero dizer que, devido a nossa limitação condicionada à demasia de informações e a falta de aprofundamento, em uma crítica mais ousada, estamos dando preferência às experiências alheias, acredito, que com o objetivo de encurtar esta etapa de “garimpo” na busca de detalhamento do que nos interessa. Portanto, estaríamos dependentes deste filtro, uma vez que a disponibilidade imensurável de informações seria um dificultador na busca do essencial, no que tange ao interesse em busca específica?
Por fim, sem querer fugir do proposto, mas acrescentado um novo item a discussão, quero incitá-los a um questionamento: Mídias Sociais, Mundo Contemporâneo e Geração Y – a superficialidade de conteúdo é inerente?
@AndreVarga
Sem dúvida, IDALMIR, vivemos uma fase da Superficialidade.
E parece que para muitos, Geração Y ou não, vale mais a quantidade (superficial) que a qualidade (mais profunda). Dificil mudar isso, mas o essencial é encontrar uma abordagem, independente do público, mesmo que apenas superficial, uma abordagem relevante.
Eis o desafio da comunicação contemporânea.
Excelente post e abordagem. Abraços. :)
Idalmir Cardoso
Andre, agradeço ao comentário. E para ilustrar o seu comentário, recentemente um artista francês disse o seguinte: “O fluxo de informações é tão rápido que nos faz sentir inadequados e drena nosso quociente de atenção”. Isto foi dito durante um festival na Dinamarca e a gravação de um vídeo á partir de 9.000 fotos. Fica aí o link: http://bit.ly/Nw8OJU | Um grande abraço!