Não. Sinceramente não é fácil. É preciso coragem pra deixar a mente tomar conta da sua vida. Ela dita os seus horários de dormir, de acordar, de comer, de trabalhar, de sair com os amigos, de namorar, de pensar, pensar, pensar e pensar. E quando a mente diz “pense agora ou cale-se para sempre”, apenas obedeça.
Às vezes me pego pensando (pense, pense, pense!) se essa tal criatividade veio para me inspirar ou simplesmente ela me “escolheu para Cristo”. Faz sentido a segunda opção. Talvez porque me sinto exausta. Não de corpo. Mas de mente. É ter que pensar o tempo inteiro! E quando a mente fica “cansada”, ela aciona o comando “chega, vá dormir”, eu simplesmente obedeço. Mais uma vez.
Eu não escrevi esse artigo pra reclamar. É que bateu aquela vontade de desabafar sabe? Claro que essa tal criatividade tem seu lado bom. Muito bom por sinal. Não fosse ela, quem iria me inspirar? Eu respiro inspiração. E pra ela aparecer, eu tenho que estar trabalhando, já dizia Picasso. E como eu penso, trabalho, penso, trabalho, a inspiração é parte de mim full time.
Eu nasci criativa. Isso é fato. E você também. A questão é que ao longo da nossa jornada de vida, nossa criatividade vai perdendo sua força, seu brilho. E a gente começa a ouvir aquilo que nunca deveria ter escutado na vida: “isso não vai dar certo”, “desiste que já tentei isso antes”, “você não vai conseguir”, “você não é capaz”, blá, blá, blá. O problema é que nos alimentamos dessa negatividade desnecessária e que pertence ao outro! Mas permitimos acessá-la. E então…quando nos tornamos adultos, nossa criatividade ficou tão reduzida, que automaticamente repetimos o que escutamos lá atrás: “eu não consigo fazer isso”. Como assim?
A verdade é que perdemos nossa confiança criativa. Os irmãos Tom e David Kelly, fundadores da IDEO e d.School em Stanford, e autores do meu livro de cabeceira “Confiança Criativa”, nos contam que todos temos uma infinidade de ideias e insights para oferecer e que a criatividade é uma abordagem proativa na busca por soluções. Eles nos estimulam a “beber” da nascente da criatividade e da imaginação ao lidar com os problemas. Para os irmão Kelley, “a criatividade e a capacidade de inovação são como os músculos – quanto mais você usa, mais fortes ficam”.
Agora me sinto mais forte do que nunca porque eu exercito meus músculos criativos diariamente. Por mais que eu reclame do meu cansaço mental, confesso que toda essa tal criatividade me fascina. E depois de tantos anos sufocando-a em frustações, medos e inseguranças, eu tive a coragem de resgatar lá do fundo da minha alma a confiança criativa que estava ali, adormecida fazia muito tempo…
Eu tive a coragem de mudar tudo. De profissão a pessoas e atitudes. Eu provoquei em mim micro-revoluções tão intensas que eu precisei me equilibrar para não cair. Voltei pra dentro de mim mesma pra ascender minha chama criativa que me transformou no que eu sou hoje. Chego até a pensar que dei muita energia pra essa chama. Ela queima tão forte, que acho que vou enlouquecer de tanta criatividade. Brincadeiras à parte. A verdade é que o que eu provoquei em mim me transformou em uma pessoa melhor, mais focada e determinada. E me ensinou que a gratidão tem que virar um mantra na vida da gente.
Preciso voltar pro meu trabalho. O silêncio da madrugada me inspira! Preciso aproveitar o tempo que tenho antes que minha mente diga que é hora de dormir.
Se você resgatou sua confiança criativa como eu, se jogue naquilo que faz seu coração vibrar. E acredite, a vida nada mais é que um intenso e vibrante delírio criativo.
Aqui, a Criatividade é para Todos!