Em minhas leituras, através de estudos recentes, algo que me deixou apaixonado no campo da inovação foi o termo “Inovação Disruptiva”. Você sabe o que é?

O século XXI é o século das inovações transformacionais, em contraponto ao século XX, das inovações incrementais. O que isso significa? Que as inovações disruptivas serão constantes. A transformação dos processos e negócios é contínua, ou seja, uma inovação que sobrepõe a outra. Mas o que significa este termo?

São inovações que introduzem novos benefícios ao mercado e ao consumidor facilitando o seu dia a dia e sem gerar grande custo. Um produto ou plataforma é lançada e vai, aos poucos, tomando o espaço de outro. Um exemplo? Cito vários, mas vá lá um, ou dois: o Netflix que vem derrubando as TVs por assinatura, ou o WhatsApp que vem  quebrando as companhias telefônicas, uma vez que você faz chamadas pelo aplicativo sem precisar gastar os créditos do seu plano. Uma grande economia, não? Este tipo de inovação bate de frente com grandes empresas, que muitas vezes não está preparada para esses novos modelos de negócios, e os usuários tendem a se integrar a essas inovações cada dia mais.

São mudanças bruscas e nem sempre damos conta desse processo. As inovações disruptivas não são ilegais, simplesmente não estão reguladas, exatamente por serem disruptivas. O modelo atual de legislação simplesmente é lento demais para acompanhar um cenário de mudanças frequentes. Creio que precisamos também de rupturas no próprio modelo de criação de legislações.

Mas para o melhor entendimento, exemplifico alguns mudanças disruptivas da era digital:

1. No campo da telefonia, o Facebook, Skype e o WhatsApp, já presentes em nossas vidas. Quem hoje depende do SMS para se comunicar?

2. As mídias sociais como plataformas de interação. Muitas vezes esquecemos que temos que estreitar nossos laços pessoais pessoalmente.

3. Os aplicativos bancários? Bem, algumas pessoas estão perdendo seus empregos pois o movimentos em agências bancárias deu uma grande queda. Você não precisa ir ao banco, pegar um ônibus, taxi ou ir de carro para resolver um problema com a sua conta.

4. O Vinyl que deu lugar ao CD, e que agora plataformas como o Spotify e serviços de streaming e downloads digitais, como o iTunes, vem ameaçando o disco físico. Ok, temos um paradoxo aí: as vendas de vinys (LPs) tiveram um aumento de vendas de 2000% em relação ao ano interior este ano e a cada dia cresce mais. E os DVDs para os Blurays?

5. Você não faz sinal para chamar um táxi, nem telefona para fazer reservas de hotel ou pesquisar preços de passagem aérea.

6. Usa uma película de plástico para proteger o ecrã do seu smartphone? E se essa película fosse o seu smartphone? Díodo Orgânico Emissor de Luz ou, simplesmente, OLED. Se ainda não ouviu falar nesta sigla, memorize-a porque vai ouvir falar muito desta tecnologia nos próximos anos. Atualmente, o vidro e os invólucros de metal correspondem a uma parte importante do peso de um smartphone. Com o OLED, tanto um como outro podem ser eliminados, permitindo que os aparelhos sejam tão finos e leves quanto uma folha de papel.

7. A internet das coisas é um dos filões de inovação tecnológica mais entusiasmantes do momento. Não restam dúvidas de que a casa do futuro terá o frigorífico ligado à Internet e vai enviar-nos uma mensagem quando for hora de comprar leite na mercearia, ou até fazer, ele próprio, a encomenda. Será também possível controlar luzes, fornos, aparelhos de ar condicionado e câmaras de vigilância à distância – tecnologias que já existem mas que irão passar a ser banais em todas as casas. Há uma oportunidade que surge nas redes domésticas e na possibilidade de existir um dispositivo (uma smart box, ou caixa inteligente) ou um prestador de serviços que se transformará no portal de acesso à casa conectada. E, aí, a forma como evoluíram os mercados de TV, banda larga e móvel mostra que se um único player conseguir controlar o dispositivo ou o sistema operativo que é usado para interagir com o mundo digital, será esse player a capturar a fatia de leão da economia.

8. Combinar um encontro com um amigo por e-mail e surgir, em plena janela de chat, uma caixinha da Uber a sugerir um transporte até ao local do encontro.

9. Fazer compras em lojas físicas? Baixe o aplicativo da Magazine Luiza, do ebay, da Saraiva… O mesmo vale para roupas e calçados, e você ainda pode customizar.

10. A função dos chips semicondutores é a transmissão de impulsos elétricos, num movimento controlado que está na base de toda a tecnologia que nos rodeia. O problema é que os componentes estão a avançar de tal forma que “a tecnologia de semicondutores tradicional, baseada em silício, já amadureceu a um ponto que já começa a desafiar as limitações fundamentais da Física”, escreve o Citi. É aqui que entra uma inovação disruptiva que poderá dar resposta a este problema e viabilizar o progresso contínuo na eletrotécnica: os semicondutores de banda larga, conhecidos pela sigla WBG (wide bandgap semiconductors).

“Os semicondutores WBG têm mostrado capacidade para dar resposta às necessidades de performance mais exigentes, ao mesmo tempo que permitem um design de módulos mais pequenos, mais rápidos e mais fiáveis do que os atuais, feitos de silício”, afirma o analista Amit B. Harchandani, um dos especialistas do Citi para a área tecnológica.

Não adianta tentar se proteger ignorando o poder de decisão dos clientes. É essencial ficar antenado com as mudanças, analisando continuamente as startups do setor ou de fora do setor. Sair do casulo, de olhar apenas eventos específicos do setor e ficar de olho no mundo à sua volta. Dali é que virão as disrupções!

 

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